Nesta quinta-feira (5), a maratonista Rebecca Cheptegei, que competiu nas Olimpíadas de 2024 por Uganda, faleceu em Eldoret, no Quênia. A polícia queniana afirma que o ex-namorado da atleta, Dickson Ndiema Marangach, foi o responsável pelo ocorrido.
Segundo o pai de Rebecca, houve um desentendimento entre a atleta e Ndiema por conta de um terreno. Na ocasião, o ex-companheiro da maratonista derramou uma lata de gasolina sobre ela e ateou fogo. A atleta foi internada com 80% do corpo queimado.
Rebecca vivia com sua irmã e duas filhas em Endebess, no Quênia, a 25 km da fronteira com Uganda, informou seu pai, Joseph Cheptegei. O ex-companheiro invadiu a propriedade da atleta no domingo (1), quando ela estava na igreja com as filhas voltando para casa. A corredora, de 33 anos, ficou internada por quatro dias após o crime e faleceu por falência múltipla dos órgãos.
Repercussão e histórico
"Um ato covarde e sem sentido que provocou a perda de uma grande atleta". "Condenamos de modo veemente a violência contra as mulheres", afirmou o presidente do Comitê Olímpico de Uganda, Daniel Rukare.
"Estamos profundamente tristes em anunciar o falecimento de nossa atleta, Rebecca Cheptegei, no início desta manhã, que tragicamente foi vítima de violência doméstica. Como federação, condenamos tais atos e pedimos justiça. Que sua alma descanse em paz", informou a Federação Ugandense de Atletismo.
No Quênia, o atletismo foi marcado por casos de violência de gênero. Em abril de 2022, a atleta queniana Damaris foi encontrada morta em Iten. Em outubro de 2021, a atleta Agnes Tirop, de 25 anos, medalhista de bronze nos 10.000 metros nos Mundiais de 2017 e 2019, morreu depois de ter sido esfaqueada em sua casa, na mesma cidade onde Damaris morava. Nas duas situações, os companheiros estão sendo acusados por homicídio.