No ar em Justiça 2, série do Globoplay, o ator Vinicius Teixeira discute solidão LGBTQIAPN+ no espetáculo Selva: Solidão - com última apresentação nesta quarta-feira, 27, no Teatro Ziembinski, na Tijuca, no Rio de Janeiro. Em entrevista à Contigo! Novelas, o artista fala sobre a peça e relembra momentos marcantes da carreira, como a primeira vez que foi protagonista no cinema e quando revelou para a mãe que era gay.
Me tornei padrinho...
Em 2023, a minha irmã mais nova, Leticia, teve o primeiro filho dela, o Murilo. Durante a gravidez, eu passei dois meses em Fortaleza por causa de um trabalho. Foi difícil ficar longe do Murilo porque o nascimento dele era muito recente e, nessa época, a criança muda muito em pouco tempo. Minha irmã mandou uma foto do Murilo e na foto estava escrito: "Você aceita ser meu padrinho?" Fiquei todo emocionado.
Ganhei um prêmio...
O primeiro prêmio que eu ganhei foi o de melhor ator coadjuvante pela peça Gabriela, dirigida pelo
João Falcão, que estreou em 2016 em São Paulo. A peça era baseada no livro homônimo do escritor
Jorge Amado, e foi uma das peças que eu mais gostei de fazer na minha vida. O trabalho era lindo
e o elenco era tão unido que fiz amigos para a vida e que seguem por perto até hoje.
Fiz uma novela...
A primeira novela que eu fiz foi Babilônia, que estreou na Globo em 2015. Nessa novela, eu fazia o personagem Robson, que era um cabeleireiro do salão de beleza da Ivete, interpretada pela Mary Sheila. Eu me diverti muito e aprendi bastante.
Contei para minha mãe que era gay...
Na verdade, foi a minha mãe que me perguntou. Estava estudando um texto de uma peça sentado
na sala da casa dos meus pais quando a minha mãe chegou e sentou do meu lado. Eu percebi que tinha
alguma coisa estranha. Ela me perguntou se eu era gay. Eu disse que sim. Ela me abraçou e tivemos
uma conversa superleve sobre isso. Foi libertador.
Passei em um teste...
Em 2010, eu cursava Educação Física na UERJ. Comecei a fazer um curso de teatro para poder aliviar a minha timidez e, de repente, me vi apaixonado por aquele universo. Alguns meses depois, eu fiz teste para uma versão de Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare, que estava sendo montado por uma companhia de teatro aqui do Rio, e eu passei. Naquele momento, entendi que minha
vida tinha mudado para sempre. Comecei a ensaiar a peça, estreei e logo depois tranquei minha
matricula na UERJ e fiz vestibular para estudar teatro na UNIRIO.
Fiz um protagonista no cinema...
Em 2023, eu passei dois meses em Fortaleza filmando o longa O Melhor Amigo, com direção do maravilhoso diretor Allan Deberton. No longa, eu interpreto o Lucas, que é um jovem gay que, na juventude, era apaixonado pelo melhor amigo, o Felipe, interpretado pelo Gabriel Fuentes. Depois de ficarem alguns anos sem se ver, Lucas volta pra sua cidade natal para ver se esse romance com o amigo ainda pode acontecer. O filme estreia em 2025 nos cinemas.
Morei sozinho...
Eu me mudei para um apartamento bem pequenininho na Tijuca no ano de 2018. Era o apartamento que uma grande amiga morou por anos e precisou sair. Eu entrei logo depois dela e era ótimo, porque já tinha passado momentos lindos naquele mesmo lugar enquanto essa amiga morava lá. Hoje em dia moro sozinho em outro apartamento.
Estreei um monólogo no teatro...
Meu primeiro solo no teatro foi o Adubo, e ele estreou no ano de 2017 e seguiu em cartaz até 2018. A peça falava sobre a relação do ser humano com a morte e a finitude. Neste momento estou estreando meu segundo solo, o Selva: Solidão, que fala sobre solidão LGBTQIAPN+.