O autismo é um transtorno de desenvolvimento neurológico; Afeta a comunicação e interação social, além de alterações sensoriais; O autismo também pode ser chamado de TEA (Transtorno do Espectro Autista); A Lei 12.764/12 passou a reconhecer o autismo como uma deficiência; Tratamentos multidisciplinares ajudam a melhorar as condições e características das pessoas autistas.
Você sabia que abril é o mês da conscientização do autismo? Pois é! Também conhecido como Abril Azul, essa campanha tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre o autismo, compartilhar informações e trazer mais visibilidade para a pauta.
O autismo é um transtorno neuropsiquiátrico que afeta o desenvolvimento e a interação social, apresentando características particulares em termos de comunicação e comportamento. Pessoas autistas são plurais e diversas, isso significa que existem inúmeros fatores e sinais que podem variar de pessoa para pessoa.
Por isso, se denomina Transtorno do Espectro Autista (TEA), já que é necessário que os profissionais de saúde reconheçam a importância de uma abordagem personalizada ao diagnóstico e tratamento, levando em consideração as necessidades específicas de cada pessoa com TEA.
O termo "espectro" é utilizado porque o autismo engloba uma ampla gama de características e níveis, variando de indivíduo para indivíduo. Além disso, outras condições que costumavam ser diagnosticadas separadamente, como o Transtorno Autista, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento sem Outra Especificação (PDD-NOS), também estão dentro do TEA.
Ao agrupar essas condições sob o termo "espectro autista" é reconhecida a diversidade de características que as pessoas com autismo podem apresentar.
O que é o autismo?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), também conhecido apenas como autismo, é um transtorno de desenvolvimento neurológico que pode causar problemas como dificuldade na comunicação e em interações sociais e alterações sensoriais. As características de cada nível do TEA podem variar.
Caracterizado por padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades, o espectro autista abrange uma ampla gama de sinais e níveis. Indivíduos com autismo podem apresentar desafios na interação social, dificuldades na comunicação verbal e não verbal, bem como outros comportamentos.
Cada pessoa pode manifestar as características de maneira única, influenciada por fatores genéticos, ambientais e neurobiológicos, por exemplo. Mas, o autismo é considerado uma deficiência? De acordo com a Lei 12.764/12, pessoas com transtorno do espectro autista devem ser reconhecidas como pessoas com deficiência (PcD) em todos os aspectos legais.
O diagnóstico geralmente ocorre na infância, com os primeiros sinais visíveis por volta dos dois ou três anos de idade. O tratamento precoce é fundamental para promover o desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida.
Com abordagens terapêuticas variadas, como a terapia comportamental aplicada, a terapia ocupacional e a fonoaudiologia, que são frequentemente utilizadas para auxiliar no desenvolvimento de habilidades sociais, comunicativas e adaptativas, é possível desenvolver mais autonomia e qualidade de vida.
Embora não haja uma cura para o autismo, o suporte contínuo, a compreensão, a busca por informação por parte da sociedade desempenham um papel crucial na inclusão das pessoas com autismo.
O autismo tem uma causa?
O autismo é um transtorno do desenvolvimento neurológico complexo e multifatorial, e suas causas não são atribuídas a um único fator. Pesquisas científicas sugerem que a predisposição genética ou até mesmo fatores ambientais, por exemplo, podem desempenhar um papel significativo no desenvolvimento do autismo.
Em relação aos aspectos genéticos, existe uma forte influência hereditária no autismo. Existem vários genes associados ao transtorno, e alterações genéticas podem aumentar a predisposição de uma pessoa ao autismo. No entanto, é importante notar que nem todas as crianças com autismo possuem mutações genéticas específicas, e há casos em que a causa genética não é identificada.
Além dos fatores genéticos, fatores ambientais também são considerados importantes. Exposição a certas substâncias químicas, complicações durante a gravidez ou o parto, infecções maternas e outros eventos durante o desenvolvimento fetal podem contribuir para o risco de autismo. No entanto, é crucial destacar que esses fatores ambientais não são determinantes isolados e geralmente interagem com a predisposição genética.
Existem mais de 1.100 genes já mapeados e que passam por estudos constantes para entender possíveis mutações e fatores de risco, por exemplo.
Autismo em crianças
Os sinais podem variar de acordo com a criança e o grau de autismo, mas existem algumas características que podem ser observadas, de maneira geral, em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), como por exemplo:
Dificuldades de comunicação e linguagem: crianças autistas podem apresentar atraso na fala ou não compreender o que as pessoas falam, podendo também repetir palavras ou frases e ter dificuldades em entender gestos e expressões faciais.
Comportamentos repetitivos e hiperfoco: crianças diagnosticadas com TEA podem exibir comportamentos repetitivos, como balançar o corpo, bater a cabeça ou as mãos, ou se concentrar intensamente em um objeto, podendo passar um bom tempo olhando para o objeto.
Dificuldade na interação social: as crianças podem não demonstrar interesse em interações sociais, ter dificuldades em compreender e responder sinais sociais, como a linguagem corporal, e também ter dificuldades em fazer amigos e socializar com outras crianças.
Autismo em adultos
Assim como as crianças, adultos no espectro autista podem apresentar características que variam de acordo com a pessoa, o grau e Confira algumas delas:
Falta de autonomia: é um dos desafios que adultos com autismo podem enfrentar. Em alguns casos, essas pessoas podem não conseguir realizar atividades por conta própria, como as que envolvem organização e planejamento, dificultando a execução de tarefas diárias. Adultos com TEA também podem encontrar dificuldades em lidar com mudanças ou se adaptar a novas situações.
Dificuldade para sair de casa: os adultos podem ter sensibilidades sensoriais que os tornam intolerantes ao barulho, à luz ou outros fatores presentes em locais públicos. Os imprevistos que podem acontecer fora de casa também são um problema, uma vez que eles têm dificuldades com situações diferentes do habitual.
Ausência de amigos: adultos com TEA podem encontrar dificuldade em fazer amigos, o que pode ser atribuído a vários fatores, como a falta de habilidades sociais, dificuldades de interagir com outras pessoas e também o preconceito e discriminação que eles sofrem, levando à exclusão social e à falta de oportunidades para fazer amizades.
Dificuldade de interação social: sendo uma das principais características do autismo em adultos, interagir com outras pessoas de forma adequada pode ser um problema, uma vez que pessoas com autismo têm dificuldade em se comunicar, interpretar sinais sociais e expressar emoções. Com isso, iniciar e manter conversas se tornam tarefas difíceis.
Como perceber os sinais de autismo
Saber perceber os sinais do autismo pode ajudar pessoas adultas a procurarem um diagnóstico médico e iniciarem o tratamento. Nem todas as pessoas possuem os mesmos sinais, mas conhecer alguns que podem estar associados ao autismo pode ajudar no diagnóstico correto:
Apresentar dificuldade na comunicação verbal;
- Atrasos na fala ou ausência dela;
- Repetição de palavras;
- Dificuldade em entender expressões faciais e gestos.
- Falta de contato visual ao interagir com outra pessoa;
- Apresentar dificuldade na interação social;
- Dificuldade em estabelecer uma rede de amigos;
- Falta de interesse em compartilhar atividades e emoções com outras pessoas;
- Apresentar comportamentos repetitivos, como se balançar ou movimentar as mãos;
- Manter rotinas rigorosas;
- Demonstram sensibilidade sensorial, como luz ou barulho;
- Apresentar hiperfoco em assuntos, hábitos e ações específicas;
- Dedicação extrema a interesses específicos e restritos;
- Dificuldades para compreender uso de humor ou ironia;
- Não gostam de mudanças;
- Apresentam desconforto na hora de lidar com situações que não se planejaram;
- Apego a objetos.
Níveis do autismo
O espectro do autismo é bastante diverso, variando a partir da experiência única de cada indivíduo. Compreender os diversos níveis de autismo é crucial para promover uma sociedade mais inclusiva e proporcionar o suporte adequado a cada pessoa afetada. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é classificado em três níveis de intensidade, de acordo com as necessidades da pessoa autista:
Nível 1
Considerado o grau mais leve, o autismo de nível 1 tem a linguagem pouco prejudicada, dificuldade reduzida em situações sociais e em iniciar relacionamentos. Pessoas autistas desse nível precisam de pouco suporte nas tarefas diárias, apesar de poder encontrar dificuldades na rotina, especialmente em atividades que envolvam organização e planejamento.
Nível 2
Sendo o autismo moderado, pessoas com nível 2 de TEA necessitam de mais suporte, pois a gravidade dos prejuízos na linguagem é maior, tendo também a possibilidade de deficiência intelectual. Normalmente, precisam de suporte para participar de atividades sociais.
Nível 3
Considerado autismo severo, pessoas com nível 3 de autismo precisam de muito suporte, já que nem todos falam ou usam palavras para se comunicar, apresentando um déficit grave de comunicação. A possibilidade de deficiência intelectual também está presente neste nível de autismo, que apresenta danos nas habilidades sociais das pessoas, sendo necessário apoio para aprender habilidades importantes para o cotidiano.
Como é o tratamento?
Apesar do TEA ser uma condição permanente, existem diversos tratamentos que podem ajudar pessoas dentro do espectro a melhorarem suas habilidades sociais. Quanto mais cedo for detectado o TEA, melhores serão os resultados dos tratamentos a longo prazo.
Existem algumas possibilidades de tratamento para pessoas dentro do espectro autista, que são personalizadas de acordo com o tipo de suporte necessário. O tratamento multidisciplinar é considerado fundamental para auxiliar os autistas a alcançarem uma maior autonomia em suas rotinas.
Alguns dos tratamentos mais indicados são:
Fonoaudiologia
Especializados em tratar dificuldades de linguagem, os fonoaudiólogos ajudam a melhorar as habilidades de comunicação de pessoas autistas. Eles utilizam técnicas que incluem imagens para que a pessoa aprenda a se comunicar, e também utilizam sons para melhorar a fala.
Acompanhamento com psicólogo
Esse profissional ajuda a lidar com os desafios que as pessoas dentro do espectro enfrentam, como problemas sociais. Ele pode trabalhar em sessões individuais ou em grupo, dependendo da necessidade, ajudando a desenvolver habilidades sociais e a se adaptar às mudanças da rotina. Também ajuda a lidar com o estresse e a ansiedade.
Medicamentos
Diversos medicamentos são utilizados para ajudar pessoas autistas. Eles são prescritos de acordo com as necessidades da pessoa para controlar sinais específicos como comportamentos agressivos, ansiedade, problemas de atenção, hiperatividade, entre outros.
ABA - Análise do Comportamento Aplicada
Esta abordagem terapêutica é utilizada para melhorar as habilidades sociais e de comunicação de pessoas autistas, bem como modificar comportamentos específicos considerados prejudiciais para a pessoa. Ela ajuda no aperfeiçoamento de certas habilidades, como conversar, olhar e interagir. O método ABA trabalha o impacto da condição autista em situações da rotina.
A importância do tratamento para o autismo estende-se além do desenvolvimento individual, impactando positivamente a sociedade como um todo. Ao investir em intervenções eficazes, criamos oportunidades para que as pessoas autistas participem ativamente na comunidade, contribuindo com suas habilidades e talentos únicos.
Além disso, o tratamento adequado pode reduzir os desafios enfrentados pelas famílias, proporcionando suporte e orientação para lidar com as complexidades do autismo.
Assim, a valorização e a implementação de tratamentos efetivos não só melhoram a qualidade de vida dos indivíduos autistas, mas também fortalecem os alicerces de uma sociedade mais inclusiva e diversa.