Autoridades desmontam garimpo ilegal no AM e encontram trabalhadores em situação análoga à escravidão

Cerca de 40 trabalhadores foram encontrados pela Auditoria Fiscal do Trabalho

30 abr 2024 - 12h58
(atualizado às 14h43)

Uma operação deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com demais órgãos do governo e o Ministério Público do Trabalho desarticulou um dos garimpos ilegais mais lucrativos do país em Maués, no sul do Amazonas, e encontrou dezenas de trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão, informou a PF nesta terça-feira.

O garimpo em questão é feito na modalidade poço, onde os trabalhadores operam de forma subterrânea, desprovidos de qualquer equipamento de proteção individual, segundo comunicado da Polícia Federal.

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Cerca de 40 trabalhadores foram encontrados pela Auditoria Fiscal do Trabalho em condições análogas à escravidão no garimpo, por conta das condições degradantes de trabalho, de acordo com o auditor fiscal Magno Riga.

"A condição degradante é bem clara, assim bem óbvia, como em quase todo garimpo," disse Magno à Reuters, citando que os trabalhadores dormiam em barracos de lona, não tinham acesso à água potável e nem a banheiros.    

Há indícios de que os trabalhadores estariam também submetidos à escravidão por dívida, disse o auditor.

Aproximadamente outros 30 trabalhadores também estavam no local, mas fugiram para a floresta quando as autoridades chegaram ao local, disse Magno.

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De acordo com o auditor, a busca por trabalhadores no local continua. No entanto, há uma preocupação sobre como fazer a remoção deles do local, uma área isolada da Floresta Nacional de Urupadi.

"O helicóptero da PF que nos trouxe até aqui não tem autonomia para tirar as pessoas daqui. A gente está buscando meio para retirá-los, possivelmente pela Aeronáutica", disse Magno.

Essa não é a primeira vez que as autoridades realizam uma operação contra o garimpo ilegal na localidade, segundo uma fonte da PF que participa diretamente da ação. Maués é um município de cerca de 65 mil habitantes e fica a cerca de 290 quilômetros de distância da capital Manaus.

"De acordo com as investigações, tratava-se de um dos garimpos mais lucrativos de toda a América Latina, com uma produção diária superior a 6kg de ouro", disse a PF no comunicado.

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A operação, chamada Mineração Obscura, começou no dia 26 de abril e vai até sexta-feira, e envolve, além da PF, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Ministério Público do Trabalho (MPT).

Polícia Federal
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Foto: iStock/Tarcisio Schnaider
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