Bênção de casais homoafetivos é para pessoas e não uniões, diz Papa

Francisco explicou decisão que provocou controvérsia na Igreja

26 jan 2024 - 08h26
(atualizado às 09h24)
O Vaticano, com aval de Jorge Bergoglio, autorizou bênçãos a casais homoafetivos em dezembro do ano passado
O Vaticano, com aval de Jorge Bergoglio, autorizou bênçãos a casais homoafetivos em dezembro do ano passado
Foto: Reprodução: Instagram/franciscus

O papa Francisco afirmou nesta sexta-feira (26) que as bênçãos para casais homoafetivos, cuja autorização provocou controvérsia na Igreja Católica, são para pessoas, e não para uniões.

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Em audiência com membros do Dicastério para a Doutrina da Fé, órgão herdeiro da Santa Inquisição, o pontífice disse também que essa bênção deve acontecer "fora de qualquer contexto e forma de caráter litúrgico" e "não exige uma perfeição moral para ser recebida".

"Quando um casal se aproxima espontaneamente para pedi-la, não se abençoa a união, mas simplesmente as pessoas que a pedem. Não a união, mas as pessoas, naturalmente levando em conta o contexto e a sensibilidade dos lugares onde se vive e das modalidades adequadas para fazê-lo", explicou o Papa.

Segundo Francisco, a intenção das "bênçãos pastorais e espontâneas é mostrar concretamente a proximidade da Igreja a todos aqueles que, encontrando-se em diversas situações, pedem ajuda para percorrer um caminho de fé".

O Vaticano, com aval de Jorge Bergoglio, autorizou bênçãos a casais homoafetivos em dezembro do ano passado, desde que essa prática não tenha aspectos ritualísticos nem seja confundida com o sacramento do matrimônio.

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A decisão, no entanto, foi alvo de duras críticas do clero conservador, e um arcebispo italiano, Carlo Maria Viganò, um conhecido desafeto do pontífice, chegou a acusá-lo de ser um "usurpador" e "servo de Satanás".

Além disso, outros arcebispos, como o de Nairóbi, Philip Anyolo, ignoraram a nova diretriz do Vaticano e proibiram padres de abençoarem casais homoafetivos.

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