Bilionário fingiu estar "mentalmente incapacitado" para não responder por acusações de estupro, diz filho

Mohamed al-Fayed teria abusado de ao menos 111 mulheres e meninas ao longo de quase 40 anos, segundo investigações

9 dez 2024 - 10h56
Resumo
Omar al-Fayed aponta que o pai, Mohamed al-Fayed, fingiu demência para evitar ser processado por estupro.
Filho do bilionário egípcio afirmou que as investigações deveriam ter "seguido seu curso quando ele ainda estava vivo"
Filho do bilionário egípcio afirmou que as investigações deveriam ter "seguido seu curso quando ele ainda estava vivo"
Foto: Reprodução: Instagram/om_i_one/Wikimedia Commons/Abi Skipp

O empresário Omar al-Fayed, 37 anos, filho do bilionário egípcio Mohamed al-Fayed, já falecido, disse que o pai fingiu ter demência para não responder por acusações de estupro. A polícia britânica investiga Mohamed al-Fayed por ter abusado de ao menos 111 mulheres e meninas ao longo de quase 40 anos.

"Ele se safou alegando que era mentalmente incapaz", disse Omar em entrevista ao Daily Mail, publicada no último sábado, 7. Segundo ele, o pai, que não tinha demência, era "tão afiado quanto uma tacha". 

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O filho do bilionário egípcio ainda afirmou que as investigações deveriam ter "seguido seu curso quando ele ainda estava vivo". Mohamed al-Fayed morreu no ano passado, aos 94 anos, sem ser processado pelos crimes. 

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De acordo com as investigações, o bilionário usou a estrutura da empresa Harrods, da qual foi dono, para cometer e encobrir os crimes contra funcionárias. Em 2010, a empresa foi vendida ao fundo Qatar Investment Authority por 1,5 bilhão de libras.

Os crimes teriam ocorrido entre 1979 e 2013, segundo as autoridades britânicas. Mohamed al-Fayed foi preso em 2013 por suspeita de estupro, mas não foi formalmente acusado. Além disso, existem alegações de que policiais corruptos teriam ajudado o egípcio para que ele não fosse processado.

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Segundo a imprensa britânica, a polícia recebeu novas denúncias contra Mohamed al-Fayed em 2017 e 2018, mas não teria prosseguido com os inquéritos porque o bilionário estava com demência e "velho demais".

Em 2017, um documentário do Channel 4 ouviu mulheres que relataram ter sido assediadas pelo empresário. A equipe do bilionário ainda tentou impedir a transmissão do documentário alegando que o homem estava "mentalmente incapacitado".

A Polícia Metropolitana não comentou sobre a alegação de demência de Mohamed al-Fayed. "É evidente que as investigações anteriores foram extensas e conduzidas por equipes especializadas que buscaram tomar uma decisão sobre a acusação em duas ocasiões. No entanto, sabemos que o contato e o suporte para algumas vítimas na época poderiam ter sido melhores. Somente após concluir esta revisão abrangente [dos casos] entenderemos completamente o que poderia ter sido feito de forma diferente", disse em comunicado ao jornal britânico.

Fonte: Redação Nós
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