O Ministério da Igualdade Racial do Brasil e o Ministério da Igualdade da Espanha publicaram uma nota conjunta nesta terça-feira (23) em que condenam e cobram ações sobre o caso de racismo contra o jogador brasileiro Vinicius Júnior, do Real Madrid, em fato ocorrido no último domingo (21) pelo Campeonato Espanhol.
O documento, em português e espanhol, afirma a "mais contundente e absoluta condenação ao racismo no esporte e à violência que ele gera, que constitui uma grave violação dos direitos humanos e perpetua a desigualdade e a discriminação em todos os âmbitos da sociedade".
O texto ainda ressalta que "atitudes racistas, sexistas e fascistas dentro e fora dos campos de futebol são intoleráveis em uma democracia".
No segundo ponto, os ministérios prestam solidariedade ao atleta e a todos os que sofrem com o racismo no esporte, já que consideram que o setor "deve ser um reflexo dos valores de igualdade, respeito e diversidade que norteiam nossas sociedades e nele não há lugar para quem propaga mensagens de ódio, racismo, perseguição e intolerância".
O terceiro, assim como ocorreu em uma nota conjunta de cinco ministérios brasileiros, cobra atitudes concretas das instituições competentes para não haver impunidade e para a "proteção e reparação" para as vítimas.
A nota ainda ressalta que, recentemente, os dois países assinaram um memorando de entendimento para promover a igualdade racial e o combate ao racismo e outros tipos de discriminação.
"O Ministério da Igualdade da Espanha, no âmbito do referido memorando de entendimento, compromete-se a promovê-lo no exercício das competências que lhe correspondem para a proposta, promoção e desenvolvimento da aplicação transversal do princípio da igualdade de tratamento e a eliminação de todo tipo de discriminação de pessoas por motivos de origem racial ou étnica", acrescenta.
O enésimo episódio de racismo contra Vini Jr, na partida contra o Valencia, gerou uma onda de apoio ao atleta brasileiro e de cobrança às autoridades espanholas - que nada fizeram de efetivo no caso do jogador. O caso acabou também virando uma crise diplomática entre as duas nações, com cobranças públicas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. .