Os casos de racismo no futebol brasileiro cresceram quase 40% de 2022 para 2023. O dados foram divulgados nesta quinta-feira, 26, pelo 10º Relatório do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol e o Grupo de Estudos sobre Esporte e Discriminação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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De acordo com o estudo, 136 episódios de racismo foram registrados no ano passado. O número representa um aumento de 38,77% em relação a 2022, quando foram anotados 98 incidentes.
Do total de casos de 2023, 104 aconteceram em estádios - dos quais 91 em jogos no Brasil e 13 em outros países da América do Sul -, 19 na internet e 13 em outros espaços. Nos locais de partida, os registros se dividiram em 21 Estados brasileiros, com o Rio Grande do Sul liderando a estatística com 20 registros, à frente de São Paulo, que teve 18.
Com exceção de 2020, quando os estádios ficaram sem torcedores por causa da pandemia da covid-19, todos os anos tiveram aumento nos registros. No primeiro levantamento, em 2014, 25 casos foram computados, uma diferença de 444% em comparação aos 136 da temporada passada.
Para Marcelo Carvalho, fundador e diretor executivo do observatório, o aumento dos casos também representa que atletas e torcedores estão se sentindo mais seguros para denunciar o racismo.
“Esse dado não é só ruim. Também apresenta uma evolução importante, que é uma maior conscientização dos torcedores e dos jogadores. Se a gente tem mais denúncias, é porque a sociedade brasileira está mais atenta a entender o que é racismo e as suas diversas formas de expressão”, disse Carvalho.
Além do racismo, o relatório levantou outros casos discriminatórios, como LBGTfobia, machismo e xenofobia. No total, o futebol registrou 222 casos de discriminação em 2023.