Em 2023, o Brasil registrou 93,1 mil casos de stalking, sendo 79,7 mil deles envolvendo mulheres. É o que aponta um levantamento feito pelo jornal A Folha de São Paulo. De acordo com os dados, apenas naquele ano, a cada hora, nove mulheres denunciaram o crime.
O resultado do levantamento veio a partir dos boletins de ocorrência enviados pela Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, por meio da Lei de Acesso à Informação, e com dados oferecidos pelas secretarias de segurança pública de todos os estados, exceto Paraíba, e o Distrito Federal.
Stalking, a palavra em inglês para “perseguição”, é crime desde 2021, de acordo com o Código Penal brasileiro. Seguindo a sugestão do nome, consiste em uma série de comportamentos repetitivos e que privam ou invadem a vítima de liberdade. Por exemplo, ligações e mensagens incessantes, ir nos mesmos locais ou espaços em que você esteja de forma proposital e entre outros.
Se denunciado, o criminoso poderá sofrer uma pena de seis meses a dois anos. Embora ele possa ser cometido contra qualquer pessoa, seja idoso, criança ou adulto, de acordo com especialistas procurados pelo jornal para o estudo, as mulheres são as maiores afetadas pelo crime de stalking. Sendo ainda mais comum no caso de ex-companheiros, que não aceitam o fim do relacionamento.
A população feminina representou 85,7% nas denúncias de todos os casos de perseguição no Brasil no ano passado. Já a masculina representou apenas 14,3% de todas as ocorrências de stalking no último ano.
Quando olhamos para os estados, Tocantins é o que possui maior aumento. Em um ano, o estado saiu de 557 para 1.271, apresentando uma alta de 128,2%. Seguido de Roraima, que saiu de 273 para 587, representando 115%.