Cacau Protásio é alvo de ataques preconceituosos após ganhar direito a indenização por ataques racistas de bombeiros

"Tenho que provar que sou boa todos os dias. Tenho que falar baixo, se não sou chamada de agressiva ou barraqueira", escreveu a atriz

27 dez 2023 - 19h01
(atualizado em 28/12/2023 às 09h51)
"Sou mulher, sou preta, sou gorda", disse Cacau Protásio
"Sou mulher, sou preta, sou gorda", disse Cacau Protásio
Foto: Reprodução: Instagram/cacauprotasiooficial

A atriz Cacau Protásio, de 48 anos, expôs no Instagram os ataqyes preconceituosos que está recebendo devido à decisão judicial que lhe garantiu indenização de R$ 80 mil pelo Estado do Rio de Janeiro. Ela será indenizada por ofensas racistas e gordofóbicas feitas por bombeiros em 2019, durante as filmagens do longa-metragem "Juntos e Enrolados", no qual interpretou uma integrante da corporação.

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Cacau compilou uma série de comentários pejorativos em um vídeo publicado no Instagram. Na legenda, ela desabafou sobre o racismo no Brasil.

"Tenho que provar que sou boa todos os dias. Tenho que falar baixo, se não sou chamada de agressiva ou barraqueira. Sou injustiçada, ofendida e agredida, mas eu ainda estou errada. Pagam para assistir à comediante branca, e poucos são os que pagam para assistir a uma preta", desabafou.

A estrela do sitcom "Vai que Cola" ainda aproveitou para apontar a falta de oportunidades no mercado e desabafou: "A Justiça para alguns, não pode ser favorável pra uma preta. Se eu faço certo, eu estou errada, se eu não faço, eu estou errada. Se eu estou errada então, eu sou massacrada. Só quem é preto sabe do que eu estou falando…".

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"Sou mulher, sou preta, sou gorda. Deus, muito obrigada por me trazer assim ao mundo", continuou. "E outra, aos ignorantes, não achem que internet é terra sem lei", completou.

A Justiça do Rio deu razão à atriz, que foi ofendida durante a filmagem de cenas previamente autorizadas de "Juntos e Enrolados" num quartel de bombeiros da capital fluminense. Após os trabalhos, ela foi surpreendida com áudios e vídeos com ofensas racistas e gordofóbicas, disparadas por bombeiros do local. Na ocasião, a corporação lamentou o caso e disse que não compactuava com qualquer ato discriminatório. Dois bombeiros foram punidos. Um deles ficou preso durante três dias e o outro durante dez.

Em entrevista ao jornal O Globo, ela confessou que quase desistiu do filme e precisou fazer terapia após a repercussão das ofensas.

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