Câmara de SP marca data para votar cassação de Camilo Cristófaro por fala racista

Votação no plenário da Casa está agendada para o dia 19 de setembro; são necessários 37 votos para que cassação seja aprovada

30 ago 2023 - 17h46
O vereador de São Paulo Camilo Cristófaro (PSB) foi flagrado nesta terça-feira, 3, falando uma expressão racista durante a CPI dos Aplicativos na Câmara Municipal de São Paulo
O vereador de São Paulo Camilo Cristófaro (PSB) foi flagrado nesta terça-feira, 3, falando uma expressão racista durante a CPI dos Aplicativos na Câmara Municipal de São Paulo
Foto: André Bueno/CMSP/Divulgação

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira, 30, o parecer da Corregedoria da Casa que pede a cassação do vereador Camilo Cristófaro (Avante) devido a uma frase racista proferida por ele durante a CPI dos Aplicativos, em maio do ano passado. Agora, o relatório segue para o plenário da Câmara, onde são necessários 37 votos para que a cassação seja confirmada. A votação está marcada para começar às 15h30 do dia 19 de setembro.

Na sessão desta quarta, o presidente da Câmara, vereador Milton Leite (União Brasil), informou ao plenário que Cristófaro estará fora do País até o dia 13 de setembro. “Determino que sejam intimados os advogados das partes, de imediato. E informo desde já que, caso na data marcada o advogado não apareça, constituirei um defensor dativo entre os procuradores desta Casa. Levaremos a termo a votação no dia 19 de setembro, às 15h30″, disse.

Publicidade

vereador ser flagrado utilizando uma expressão racista na CPI dos Aplicativos. Em áudio vazado, ele disse: “Olha só, lavando a calçada. Isso é coisa de preto”. O episódio aconteceu em maio de 2022. Por causa do episódio, ele foi desfiliado do PSB.

Diferenças entre preconceito, racismo e discriminação Diferenças entre preconceito, racismo e discriminação

Um dia depois, Cristófaro se desculpou pelo episódio. “Eu peço desculpas a toda população negra por esse episódio que destrói toda minha construção política na busca de garantia à cidadania dos paulistanos, principalmente aos que têm suas portas de acesso ao direito diminuída pelo racismo estrutural. Apesar de ter tido uma fala racista, em minhas atitudes e com o tempo vocês terão a oportunidade de constatar isso”, afirmou na ocasião.

Na Justiça, porém, Camilo Cristófaro acabou vendo seu caso ser arquivado. O juiz Fábio Aguiar Munhoz Soares, da 17ª Vara Criminal de São Paulo, rejeitou a denúncia argumentando que a fala do parlamentar poderia sim ser considerada discriminatória, mas foi dita “sem a vontade de discriminar”. Segundo Soares, a frase “foi extraída de um contexto de brincadeira, de pilhéria, mas nunca de um contexto de segregação”.

Publicidade
TAGS
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se