O cantor romântico americano R. Kelly foi condenado, nesta quinta-feira (23/2), a 20 anos de prisão por pornografia e abuso sexual de menor. Ele foi considerado culpado por uma Corte Federal de Chicago por produzir três vídeos dele mesmo em que aparece abusando sexualmente da afilhada de 14 anos, aumentando ainda mais sua pena criminal, em sua carreira repleta de escândalos.
O júri condenou Kelly por seis das 13 acusações feitas contra ele, absolvendo-o da acusação de tentar obstruir uma investigação anterior sobre o abuso da afilhada e de duas outras acusações de aliciamento de menores para atividade sexual.
Kelly chegou a ser absolvido da acusação de produzir imagens de abuso sexual da afilhada num julgamento anterior, realizado em 2008, quando alguns jurados disseram ter sido influenciados pela falta de depoimento da jovem. Na ocasião, ela negou ao júri ser a pessoa na fita que aparecia sendo abusada e humilhada por Kelly. No entanto, ela mudou o depoimento no novo julgamento, identificando-se como a menor de idade molestada nos vídeos, cujos trechos foram mostrados ao júri.
"Nenhuma quantidade de terapia vai me tornar normal", disse a mulher, identificada como Jane, em comunicado, lido por seu advogado, Christopher Brown.
Considerado o "rei do R&B", o cantor, que fez muito sucesso na década de 1990, já chegou a ser considerado motivo de orgulho pela cidade da Chicago. Tudo isso mudou quando surgiram dezenas de acusações de abuso, que acabaram reunidas numa série documental do canal Lifetime: "Surviving R. Kelly", em 2019.
Por conta das acusações, o artista já tinha sido condenado em junho do ano passado a 30 anos de prisão por uma Corte Federal do Brooklyn. O júri o considerou culpado de liderar por décadas uma rede de tráfico e abuso sexual.
"A única maneira de garantir que ele não reincidirá é impor uma sentença que o mantenha na prisão pelo resto de sua vida", disse Jeannice Williams Appenteng, uma das promotoras de Chicago.
As advogadas de Kelly pretendem recorrer da sentença.