Cantor Xamã, filho de indígena, recebe Grammy Latino de cocar; entenda significados do adorno

Xamã tem ascendência afro-indígena do povo Pataxó

14 nov 2024 - 17h32
Resumo
Xamã, filho de homem indígena, ganhou prêmio no Grammy Latino e celebrou sua ancestralidade usando um cocar no palco.
Para os indígenas, o cocar não é apenas um adorno estético, mas um símbolo de poder, sabedoria e conexão com a natureza
Para os indígenas, o cocar não é apenas um adorno estético, mas um símbolo de poder, sabedoria e conexão com a natureza
Foto: Reprodução: Instagram/euxama

O cantor Xamã, que é filho de um homem indígena, recebeu o prêmio de Melhor Interpretação Urbana em Língua Portuguesa no Grammy Latino com "Cachimbo da Paz 2". Na ocasião, ele celebrou sua ancestralidade ao usar um cocar no palco da premiação.

Xamã venceu o prêmio ao lado de Gabriel O Pensador e Lulu Santos, que dividem a canção com ele. Por causa do tempo curto para discursos, apenas Gabriel falou em nome do trio. No entanto, Xamã usou o adorno como uma forma de transmitir sua mensagem em relação à valorização da cultura indígena.

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Em dezembro do ano passado, o cantor disse no programa "Conversa com Bial" que tem ascendência afro-indígena, mais especificamente do povo Pataxó. "Eu não conheci mais ninguém da família do meu pai, fui criado pela minha mãe. Família de negros, de Sepetiba (bairro do Rio de Janeiro)", contou.

"A parte do meu pai tem uma descendência indígena, só que não tivemos contato. A avó da minha mãe veio de Coroa Vermelha, que é um território Pataxó. Ela se casou com o meu bisavô, negro, e aí se estabeleceram em Sepetiba."

O que é o cocar

O cocar é um adorno de penas tradicionalmente usado por povos indígenas das Américas, especialmente por várias etnias no Brasil. Cada cocar tem um significado único e especial, e geralmente é feito com penas de pássaros locais. O cocar pode variar em tamanho, formato e cores, e sua confecção e uso costumam estar ligados a tradições espirituais, rituais e à hierarquia dentro da comunidade.

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No contexto indígena, o cocar não é apenas um adorno estético, mas um símbolo de poder, sabedoria e conexão com a natureza, além de também ser usado para rebater energias negativas. Ele pode representar o papel social de quem o usa, e é frequentemente utilizado em cerimônias ou ocasiões especiais. Cada etnia possui técnicas próprias para sua fabricação, que podem incluir amarrações e encaixes cuidadosos de penas, além de enfeites adicionais, como sementes e miçangas.

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Fonte: Redação Nós
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