A cantora galesa Duffy, que estourou mundialmente com o álbum Rockferry no fim dos anos 2000, reapareceu em 2020 para revelar aos fãs que havia sofrido sequestro e estupro. Agora, ela voltou às redes sociais para motivar os fãs e passar mensagem sobre felicidade.
Se você viveu o final dos anos 2000, provavelmente deve se lembrar da cantora galesa Duffy, que estourou mundialmente com o álbum Rockferry e levou um Grammy de Melhor Álbum Pop Vocal. A compositora ficou dez anos sumida da mídia e reapareceu em 2020, quando revelou aos fãs que havia sido sequestrada, drogada e estuprada.
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Após o relato, a artista de 39 anos desapareceu novamente e só voltou às redes sociais nesta terça-feira, 26. Ela compartilhou um vídeo com um trecho do livro The Strength In Our Scars ('A Força das Nossas Cicatrizes', em tradução livre), da escritora Bianca Sparacino, no qual fala sobre felicidade.
"Uma coisinha para motivar os corações. Espero que vocês estejam bem. Muito amor, Duffy", escreveu na legenda.
Além de Rockferry, de 2008, ela também lançou em 2010 o álbum Endlessly. Dona dos hits Mercy e Syrup & Honey, a cantora anunciou a suspensão de sua carreira em 2011, e chegou a ensaiar um retorno à vida artística em 2015, quando interpretou Timi Yuro, no filme Lendas do Crime. A obra também contou com três canções dela na trilha sonora.
Entre 2011 e 2020, vários rumores surgiram sobre o desaparecimento de Duffy. Durante a pandemia, em que o mundo se encontrava isolado, a cantora decidiu compartilhar uma carta aberta aos fãs sobre o real motivo de seu sumiço: ela havia sido dopada, sequestrada e violentada sexualmente. A identidade do autor não foi revelada.
"Era meu aniversário, fui drogada em um restaurante, fiquei drogada por quatro semanas e viajei para um país estrangeiro. Não me lembro de ter entrado no avião e dado a volta na traseira de um veículo em viagem. Fui colocada num quarto de hotel e o agressor me violou. Lembro-me da dor e de tentar permanecer consciente no quarto depois que aconteceu", diz no pronunciamento.
A cantora relata que se sentiu insegura por muito tempo e tentou esconder o fato, mas isso acabou deixando-a doente. A primeira pessoa a saber foi uma psicóloga, meses depois do ocorrido. "Não tenho ideia de como tive a sorte de encontrá-la tantos anos atrás. Sem ela talvez eu não tivesse sobrevivido", afirma.
Duffy ficou reclusa por muito tempo, até da presença de familiares e amigos, que tentaram ajudá-la. Ela se mudou muitas vezes, até chegar ao local onde intitula como "Casa 5". Nela, foi onde sentiu que o agressor não poderia mais encontrá-la.
"Eu simplesmente não fui a mesma pessoa por tanto tempo. Estupro é como assassinato em vida, você está vivo, mas morto. Tudo o que posso dizer é que demorou muito tempo, às vezes parecendo interminável, para recuperar os pedaços quebrados de mim", destacou.
Na carta, com data de 5 de abril de 2020, a artista fala sobre o isolamento que viveu, e usou isso para motivar os fãs a continuarem.
"O isolamento é um pequeno preço a pagar para salvar vidas, por isso devemos ser fortes. Isto exige que todos nós, como um só, atuemos uns pelos outros; Nunca a atenção plena foi tão vital como agora. Se você está lendo isso e está triste, meu incentivo para você é que… para conhecer a dor, você deve primeiro saber amar. Somente a ausência de amor causa dor. Então, vá encontrá-lo. Busque o amor em tudo, até na xícara de chá", pontuou, antes de pedir que não haja mais perguntas sobre "o que aconteceu com Duffy".