Caso Daniel Alves: defesa cita 'jogo erótico' entre brasileiro e suposta vítima em recurso à Justiça

Recurso de apelação pedindo a liberdade provisória do jogador foi apresentado pela defesa na terça-feira; atleta está preso desde o dia 20 de janeiro por suposta agressão sexual

19 mai 2023 - 16h31
(atualizado às 16h38)
Daniel Alves é acusado de violência sexual e está preso desde o dia 20 de janeiro deste ano
Daniel Alves é acusado de violência sexual e está preso desde o dia 20 de janeiro deste ano
Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A defesa de Daniel Alves, preso desde o dia 20 de janeiro por suposta agressão sexual contra uma mulher de 23 anos, cita no recurso de apelação para pedir a sua liberdade provisória, apresentado à Justiça da Espanha na terça-feira, dia 16 de maio, um eventual "jogo erótico" entre o jogador e a suposta vítima na noite em que do episódio, em 31 de dezembro, na boate Sutton, em Barcelona.

No recurso, a defesa, encabeçada pelo advogado Cristóbal Martell, afirma que o relato da acusação apresenta "inconsistências e incoerências". É argumentado que Daniel Alves e a suposta vítima, enquanto estavam na área VIP da casa noturna, estavam em uma "realidade distinta" do cenário de medo descrito pela acusação à Justiça. Com base no material audiovisual coletado, os advogados brasileiro afirmam ser possível ver "claramente dois adultos desenvolvendo um jogo erótico, simulando um prévio coito".

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"Se observa na denunciante, uma conduta abertamente sexualizada, própria de um galanteio sexual em fase de cortejo. Em algum momento, se vê a jovem colocando-se de costas ao atleta, contorcendo e roçando os glúteos em movimentos na zona pélvica do denunciado no ritmo da música", disse a defesa de Daniel Alves no recurso apresentado à Justiça.

Daniel Alves admitiu que houve relação sexual com a jovem que o acusa de estupro, mas afirma mais uma vez que o ato foi consentido. O brasileiro também afirma novamente que mudou sua versão sobre o ocorrido por diversas vezes para esconder a infidelidade da mulher, a modelo e empresária Joana Sanz, com quem está em processo de divórcio. A inconsistência no depoimento à Justiça foi citado como um dos motivos para prender o jogador preventivamente.

A defesa sustenta, ainda, que o risco de o brasileiro fugir da Espanha caso seja solto provisoriamente é "inexistente e impensável". O recurso cita que Daniel Alves tem um projeto de vida em Barcelona e que sempre quis que os filhos realizassem seus estudos universitários no país europeu. Dinorah Santana, agente de Daniel Alves e mãe dos filhos do atleta, se mudou recentemente para a Espanha com as crianças.

ENTENDA O CASO

Daniel Alves teve a prisão decretada no dia 20 de janeiro. Ele foi detido ao prestar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher na madrugada do dia 30 de dezembro. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 40 anos, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção. O Pumas, do México, rescindiu o contrato com o jogador no mesmo dia alegando "justa causa".

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A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona, na Espanha. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a denunciante em um banheiro da área VIP da casa noturna. A denunciante procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido. Material coletado encontrou vestígios de sêmen, tanto internamente quanto no vestido da denunciante.

A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã (Mossos d'Esquadra), que colheu depoimento da vítima. Uma câmera usada na farda de um policial gravou acidentalmente a primeira versão da vítima sobre o caso, corroborando o que foi dito por ela no depoimento oficial. A mulher também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.

Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa "Y Ahora Sonsoles", da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.

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