O jogador brasileiro Daniel Alves, de 39 anos, foi preso preventivamente na sexta-feira, dia 20 de janeiro, por um suposto estupro contra uma mulher de 23 anos em uma boate de Barcelona, na Espanha. O lateral-direito, presente no elenco da seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, nega todas as acusações.
Daniel Alves foi detido enquanto prestava depoimento à polícia espanhola. O atleta se apresentou voluntariamente. Ele foi levado para a sede prisional Brians 1, sendo transferido nesta segunda-feira para a Brians 2 por "questão de segurança", segundo o jornal catalão El Periodico.
Onde e quando aconteceu o suposto caso de estupro por Daniel Alves?
O episódio que teria ocorrido na madrugada do dia 30 para 31 de dezembro de 2022, na casa noturna Sutton, localizada em Barcelona, na Espanha.
O que diz a vítima?
Segundo o depoimento da mulher de 23 anos, cujo nome é mantido em sigilo, Daniel Alves flertou com ela e outras duas amigas. O brasileiro teria agarrado a mão da vítima e levou-a ao pênis, repetindo o gesto repetidas vezes, apesar de a jovem resistir. Depois, o jogador pediu para ela segui-lo e a levou ao banheiro da área VIP. A vítima denunciou que foi trancada no local pelo atleta, que a obrigou a fazer sexo e, quando ela resistiu, apanhou.
Daniel Alves deixou o banheiro antes da vítima, deixando a boate com os amigos logo em seguida. A mulher deixou o banheiro chorando e procurou um segurança da casa, que acionou a polícia catalã (Mossos d'Esquadra).
Quais são as provas contra Daniel Alves?
A mulher supostamente estuprada por Daniel Alves foi atendida em uma sala da boate e também foi recebida pelo responsável da casa noturna, que acionou a polícia e uma ambulância. Ela foi transferida para o Hospital Clínic, onde foram feitos exames médicos. Segundo fontes consultadas pelo jornal, o laudo médico afirma que há algumas lesões compatíveis com a agressão.
A mulher foi dois dias depois da suposta agressão denunciar os fatos à polícia. Ela entregou o laudo médico e também o vestido que usava na noite de 30 de dezembro. A Unidade Central de Agressões Sexuais (UCAS) assumiu uma investigação que revisou as câmeras de segurança. De acordo com as imagens, o jogador e a vítima ficaram cerca de 15 minutos dentro do banheiro da área VIP. Entre as provas colhidas no local, foi encontrado sêmen.
Segundo o jornal El País, a jovem de 23 anos rechaça ser indenizada pelas supostas agressões e também por danos morais por entender que o objetivo principal, a partir de agora, é fazer com que o atleta seja punido pelo ocorrido com a prisão.
O que alega Daniel Alves?
No dia 5 de janeiro, quando o caso veio à tona, o brasileiro disse em entrevista ao programa Y Ahora Sonsoles, da televisão espanhola Antena 3, que estava na Sutton no dia indicado no depoimento da vítima. Porém, afirmou que sequer conhecia a mulher e "não invadiu o espaço dos demais", negando as acusações.
Contudo, durante o seu depoimento à polícia no dia 20 de janeiro, o jogador admitiu ter feito sexo com a denunciante, mas afirma que a relação foi consensual.
Segundo a rádio Cadena SER, da Espanha, Daniel Alves teria solicitado um novo depoimento sobre o caso neste domingo. Ainda de acordo com o veículo de comunicação espanhol, o jogador brasileiro teria tomado a decisão após a segunda noite detido em Barcelona.
Quanto tempo Daniel Alves pode ficar preso?
A juíza Maria Concepción Canton Martín decretou a prisão do jogador na sexta-feira, dia 20. Ele foi detido ao prestar depoimento sobre o caso. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito a fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção. A pena prevista é de um a 15 anos por crimes de agressão sexual, dependendo da gravidade, mas também pode ser reduzida a multas.
A juíza argumentou na decisão de prender o jogador que existia o risco de fuga, uma vez que o atleta não mora mais na Espanha e tem recursos financeiros para sair do país a qualquer momento. Além disso, a Espanha não tem acordo de extradição com o Brasil. A prisão preventiva é uma medida cautelar, que é aplicada em última instância e em hipótese específica.
A investigação judicial de um caso de agressão sexual geralmente dura entre um ano e meio e dois anos. O jogador poderá sair da prisão preventiva se o recurso da defesa contra o mandado de prisão for aceito, tanto pelo juiz responsável pelo processo quanto perante o Tribunal de Barcelona, ou se a defesa apresentar provas sólidas que invertam uma investigação.
Neste caso, outras medidas cautelares podem ser tomadas, como a retirada do passaporte, o comparecimento perante o tribunal ou a proibição de sair do país.