Caso Daniel Alves: saiba tudo sobre a prisão do jogador por suposto estupro na Espanha

Jogador brasileiro de 39 anos está preso preventivamente, sem direito a fiança, em unidade prisional de Barcelona

23 jan 2023 - 11h20
(atualizado às 12h09)
Daniel Alves está preso na Espanha por suposto estupro contra mulher em boate de Barcelona
Daniel Alves está preso na Espanha por suposto estupro contra mulher em boate de Barcelona
Foto: Lucas Figueiredo/CBF

O jogador brasileiro Daniel Alves, de 39 anos, foi preso preventivamente na sexta-feira, dia 20 de janeiro, por um suposto estupro contra uma mulher de 23 anos em uma boate de Barcelona, na Espanha. O lateral-direito, presente no elenco da seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, nega todas as acusações.

Daniel Alves foi detido enquanto prestava depoimento à polícia espanhola. O atleta se apresentou voluntariamente. Ele foi levado para a sede prisional Brians 1, sendo transferido nesta segunda-feira para a Brians 2 por "questão de segurança", segundo o jornal catalão El Periodico.

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Onde e quando aconteceu o suposto caso de estupro por Daniel Alves?

O episódio que teria ocorrido na madrugada do dia 30 para 31 de dezembro de 2022, na casa noturna Sutton, localizada em Barcelona, na Espanha.

O que diz a vítima?

Segundo o depoimento da mulher de 23 anos, cujo nome é mantido em sigilo, Daniel Alves flertou com ela e outras duas amigas. O brasileiro teria agarrado a mão da vítima e levou-a ao pênis, repetindo o gesto repetidas vezes, apesar de a jovem resistir. Depois, o jogador pediu para ela segui-lo e a levou ao banheiro da área VIP. A vítima denunciou que foi trancada no local pelo atleta, que a obrigou a fazer sexo e, quando ela resistiu, apanhou.

Daniel Alves deixou o banheiro antes da vítima, deixando a boate com os amigos logo em seguida. A mulher deixou o banheiro chorando e procurou um segurança da casa, que acionou a polícia catalã (Mossos d'Esquadra).

Quais são as provas contra Daniel Alves?

A mulher supostamente estuprada por Daniel Alves foi atendida em uma sala da boate e também foi recebida pelo responsável da casa noturna, que acionou a polícia e uma ambulância. Ela foi transferida para o Hospital Clínic, onde foram feitos exames médicos. Segundo fontes consultadas pelo jornal, o laudo médico afirma que há algumas lesões compatíveis com a agressão.

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A mulher foi dois dias depois da suposta agressão denunciar os fatos à polícia. Ela entregou o laudo médico e também o vestido que usava na noite de 30 de dezembro. A Unidade Central de Agressões Sexuais (UCAS) assumiu uma investigação que revisou as câmeras de segurança. De acordo com as imagens, o jogador e a vítima ficaram cerca de 15 minutos dentro do banheiro da área VIP. Entre as provas colhidas no local, foi encontrado sêmen.

Segundo o jornal El País, a jovem de 23 anos rechaça ser indenizada pelas supostas agressões e também por danos morais por entender que o objetivo principal, a partir de agora, é fazer com que o atleta seja punido pelo ocorrido com a prisão.

O que alega Daniel Alves?

No dia 5 de janeiro, quando o caso veio à tona, o brasileiro disse em entrevista ao programa Y Ahora Sonsoles, da televisão espanhola Antena 3, que estava na Sutton no dia indicado no depoimento da vítima. Porém, afirmou que sequer conhecia a mulher e "não invadiu o espaço dos demais", negando as acusações.

Contudo, durante o seu depoimento à polícia no dia 20 de janeiro, o jogador admitiu ter feito sexo com a denunciante, mas afirma que a relação foi consensual.

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Segundo a rádio Cadena SER, da Espanha, Daniel Alves teria solicitado um novo depoimento sobre o caso neste domingo. Ainda de acordo com o veículo de comunicação espanhol, o jogador brasileiro teria tomado a decisão após a segunda noite detido em Barcelona.

Quanto tempo Daniel Alves pode ficar preso?

A juíza Maria Concepción Canton Martín decretou a prisão do jogador na sexta-feira, dia 20. Ele foi detido ao prestar depoimento sobre o caso. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito a fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção. A pena prevista é de um a 15 anos por crimes de agressão sexual, dependendo da gravidade, mas também pode ser reduzida a multas.

A juíza argumentou na decisão de prender o jogador que existia o risco de fuga, uma vez que o atleta não mora mais na Espanha e tem recursos financeiros para sair do país a qualquer momento. Além disso, a Espanha não tem acordo de extradição com o Brasil. A prisão preventiva é uma medida cautelar, que é aplicada em última instância e em hipótese específica.

A investigação judicial de um caso de agressão sexual geralmente dura entre um ano e meio e dois anos. O jogador poderá sair da prisão preventiva se o recurso da defesa contra o mandado de prisão for aceito, tanto pelo juiz responsável pelo processo quanto perante o Tribunal de Barcelona, ou se a defesa apresentar provas sólidas que invertam uma investigação.

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Neste caso, outras medidas cautelares podem ser tomadas, como a retirada do passaporte, o comparecimento perante o tribunal ou a proibição de sair do país.

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