A recepcionista que denunciou Paulo Roberto Falcão, ex-coordenador esportivo do Santos, por importunação sexual, decidiu falar sobre o arquivamento do caso. Em declarações ao portal Trivela, Natália Batista da Silva se pronunciou sobre a decisão da Justiça de não condenar o ex-jogador.
A jovem de 26 anos recebeu a resolução do julgamento na última quinta-feira com muita indignação e planeja batalhar pela retomada das investigações.
"Esse arquivamento foi muito injusto. A Justiça quer que eu aceite que ele passe o pênis no braço e fique calada, mas eles não vão me calar. Ele invadiu um espaço que não era dele e cometeu um crime. Está nas imagens. Tem testemunhas que viram, e ainda assim a decisão foi de arquivar. Um absurdo! Ele tinha que tirar a roupa para ficar provada a importunação?", afirmou.
Falcão foi acusado pela recepcionista de um hotel em Santos por importuná-la sexualmente nos dias 2 e 4 de agosto — período em que era coordenador do Peixe e residente do local. Natália alegou na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) que o ex-atleta entrou em área restrita a funcionários e "roçou o pênis no braço dela". O dirigente negou a acusação e pediu demissão do clube na época.
No entanto, o Tribunal de Justiça de São Paulo arquivou o inquérito policial na última quinta-feira a pedido do Ministério Público. O juiz responsável pelo caso decidiu que não havia "indícios de ocorrência de ilícito penal" para justificar o prosseguimento do caso.
"Estou desempregada e com dificuldades para arrumar um novo emprego. Com o arquivamento do inquérito, fico com a imagem de mentirosa. Para as pessoas que não entendem, ele foi absolvido. Mas não foi isso que aconteceu e não é assim que vai terminar", revelou Natália.
A recepcionista está estudando estratégias juntos de seus advogados e planeja entrar com um recurso em breve. A expectativa é de que ocorra uma revisão do arquivamento para que as investigações sobre o caso possam ser retomadas.
Falcão se pronunciou sobre a decisão da justiça na última sexta-feira em seu Instagram. O ex-coordenador justificou seu silêncio como respeito às autoridades e à investigação e reforçou a inexistências de indícios do suposto crime.