Caso Victor Meyniel: porteiro que assistiu agressão é autuado por omissão de socorro

Porteiro presenciou a agressão e até tomou um café enquanto o ator era espancado

4 set 2023 - 12h46
(atualizado às 13h02)
Victor Meyniel
Victor Meyniel
Foto: Reprodução/ TV Globo/ Instagram

O porteiro do prédio onde o ator Victor Meyniel foi agredido em Copacabana, no Rio de Janeiro, foi autuado por omissão de socorro. Nas imagens, ele aparece assistindo ao ator ser espancado e até tomando um café durante o ocorrido. 

O caso ocorreu no último sábado, 2, por volta das 8h. Victor saiu de uma casa noturna no bairro, e foi para o apartamento do estudante de medicina Yuri de Moura Alexandre, que tinha conhecido na boate. Pouco depois, Victor foi espancado por diversos socos na portaria do condomínio residencial.

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Em entrevista à TV Globo Rio, a delegada responsável pelo caso, Débora Rodrigues, afirmou que assim que chegou com sua equipe ao local, foi mal atendida pelo porteiro. “Nós fomos pegar as imagens, eu e o oficial de cartório, e ao chegar no prédio, ele já foi nos atendendo muito mal, falando que não viu nada, não sabia de nada, não ia se meter”, relata.

Ao perceber que o homem estava mentindo, ela decidiu conduzi-lo à delegacia. As imagens confirmaram a suspeita da delegada. “Ficamos perplexas. Ele viu tudo, não fez nada. Ele não precisava se meter na briga, claro, pela integridade física dele, mas ele tinha o dever de pedir socorro. Ele disse que interfonou para o síndico, como se ele fosse alguma autoridade capaz de fazer alguma coisa naquele momento. Ele deveria ter saído para pedir ajuda para alguma pessoa, ou polícia, um transeunte, ou ligado para o 192. Ele não poderia ficar tomando café assistindo a pessoa apanhar daquele jeito”, complementa.

Victor Meyniel
Foto: Reprodução/Redes sociais

Agressão

O ator relatou que conheceu Yuri em uma casa noturna e ele o convidou para ir até seu apartamento, pois estaria sozinho. Em determinado momento, uma amiga do estudante chegou, e seu comportamento mudou repentinamente. 

"Parece que virou uma chave, me botou pra fora, me empurrou. E aí nisso que ele me empurrou, como eu tava sem sapato, porque eu tirei pra ficar no sofá, eu tava no chão, ele me empurrou, foi e tacou o sapato [em mim]", afirmou a TV. 

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O ator contou que ele e Yuri desceram, então, para a portaria. Os dois teriam discutido antes das agressões começarem. Ele, inclusive, teria questionado o agressor o motivo da mudança de comportamento. "Não entendi o porquê desse alvoroço todo, e falei: 'A gente tava ficando, pelo amor de Deus, qual o problema da gente estar se beijando ali, entendeu?'", relatou ele.

Foi nesse momento que as agressões teriam começado. As imagens das câmeras de segurança do prédio, divulgadas pela equipe do artista, mostram Yuri dando socos em Victor, que está caído no chão. O ator até tenta se defender tapando o rosto, mas o agressor não para. O porteiro apenas observa a cena. "Eu pedi para ele parar, e ele não parava", relembra. 

Após as agressões, Victor fica caído no chão e Yuri deixa o local. O ator precisou da ajuda de um morador do prédio para chamar a polícia. 

Um comunicado emitido pela equipe do ator destacou que ele “junto com a sua mãe, prestou queixa na 12.ª DP”, passou por um exame de corpo de delito do Instituto Médico Legal (IML) e sendo atendido numa Unidade de Pronto Atendimento e que ele vai procurar medidas legais contra o agressor.

Ainda segundo a delegada do caso, Yuri chegou a ir para a academia depois das agressões. Ele foi preso quando voltava. "O Yuri já chegou dizendo: 'não toquem em mim, sou médico e militar, e bati mesmo, qual o problema?'. Ele não é militar, porque quando nós temos um militar autuado, temos que entrar em contato com a sua instituição para fazer escolta. Ele não é médico ainda, é estudante, por isso que ele também responde pela falsidade ideológica".

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Fonte: Redação Terra
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