Célia Xakriabá (PSOL), primeira deputada federal indígena de Minas Gerais, denunciou as ofensas racistas que sofreu em um restaurante de Ouro Preto, Minas Gerais, onde estava para participar de agendas políticas.
A deputada estava acompanhada de outras duas mulheres indígenas que são suas assessoras, Ingrid Sateré Mawé e Werymehe Pataxó. Após sentarem para jantar, um grupo de pessoas que estavam na mesa ao lado debocharam de Célia. "Olha como as índias estão agora", disse um deles. A deputada se levantou e respondeu que "as indígenas, hoje, são também deputados federais". Segundo Célia, uma das pessoas respondeu de forma irônica: "Parabéns".
A dona do estabelecimento apoiou Célia e pediu que ela e as assessoras não deixassem o restaurante, pois estava feliz com a presença delas no local. Elas trocaram de mesa e aguardaram a chegada da polícia local para registrar o boletim de ocorrência. O grupo tentou convencer os policiais de que não tinham cometido racismo e que os comentários eram sobre a admiração em relação aos indígenas.
"Indígenas vão, fazem e são o que eles quiserem, inclusive deputadas federais. Não aceitaremos mais comportamentos racistas, comentários racistas. Isso é crime e as pessoas precisam ser responsabilizadas", escreveu ela nas redes sociais.
Célia escreveu ainda que "enfrentar o racismo com coragem é buscar também conscientizar toda a sociedade".