O chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, disse que espera uma resposta forte dos clubes contra o racismo depois dos insultos direcionados ao brasileiro Vinícius Júnior durante o clássico entre Real Madrid e Atlético no último domingo, em partida realizada na capital da Espanha.
"Sou um grande torcedor do Atlético de Madrid e sinto muito", disse o dirigente político que está em Nova Iorque participando de uma Assembleia Geral das Nações Unidas nesta terça-feira. Pouco antes do início do clássico entre os dois gigantes de Madrid, torcedores do Atlético entoaram cânticos racistas contra o atacante brasileiro.
Na partida, o atacante revelado pelo Flamengo foi então vaiado a cada toque na bola. "Espero uma mensagem forte dos clubes contra esse tipo de comportamento. É isso que peço à minha equipe", acrescentou Sánchez.
Indignado com a postura dos torcedores, o chefe do governo espanhol destacou necessidade de marcar esse episódio com uma atitude positiva. "Acho importante que os clubes de futebol levem a sério esse tipo de comportamento e reajam."
A polêmica em torno das comemorações de Vinicius ganhou força na semana passada, depois que algumas declarações foram interpretadas como provocações racistas. Pedro Bravo, presidente da Associação Espanhola de Agentes de Futebol (AEAF), criticou as comemorações de Vinícius Júnior no programa de televisão "El Chiringuito". Segundo ele, "é preciso respeitar os colegas e parar de bancar o macaco".
O discurso foi interpretado como uma mensagem racista, repetindo um insulto que jogadores negros costumam ser vítimas nos estádios de futebol. Embora Bravo tenha se desculpado, lembrando que na Espanha a expressão é usada para falar de pessoas que "fazem coisas estúpidas", sua intervenção motivou reações de apoio ao jogador de diferentes personalidades, bem como do Real Madrid. O próprio Vinicius também reagiu com uma mensagem contra o racismo.