A Casa Branca está entrando em batalhas estaduais pelos direitos reprodutivos das mulheres, oferecendo conselhos jurídicos e mensagens a aliados em Estados que pressionam por restrições conforme o governo Biden busca fazer do acesso ao aborto uma plataforma para as eleições presidenciais do ano que vem.
Ao trabalhar com importantes parlamentares locais e apoiar legislação para expandir os direitos ao aborto, a Casa Branca espera ampliar o relativo sucesso que os democratas obtiveram nas eleições de meio de mandato ao fazer do aborto uma grande parte de sua campanha.
O conselho de política de gênero da Casa Branca está liderando o esforço, junto a uma equipe de assuntos intergovernamentais e o gabinete da vice-presidente Kamala Harris, disseram fontes. Os grupos realizam regularmente reuniões estratégicas com autoridades locais eleitas, ativistas e grupos de direitos reprodutivos.
A Casa Branca dividiu em três grandes categorias as lutas pelo direito ao aborto em Estados politicamente divergentes como Texas, Nova York e Carolina do Norte e estabeleceu uma abordagem para cada um, de acordo com duas autoridades da Casa Branca e dois assessores que trabalham na questão.
"O objetivo da nossa estratégia é bastante simples: apoiar as ações dos líderes estaduais e locais para proteger e expandir o acesso, mas também combater as restrições", disse uma das fontes.
O esforço de bastidor, que não havia sido noticiado anteriormente, chamou a atenção dos parlamentares estaduais pelo nível de apoio oferecido pelo governo.
Em alguns casos, a Casa Branca está se apoiando em parlamentares-chave em Estados com importantes lutas legislativas relacionadas ao aborto. A Carolina do Norte é um foco especial onde a Casa Branca acredita ter a oportunidade de evitar restrições, disse uma das autoridades da Casa Branca.
Os parlamentares republicanos na Carolina do Norte estão trabalhando em leis de aborto mais restritivas do que a atual proibição de 20 semanas do Estado e eles têm uma maioria à prova de veto no Senado estadual. Na Câmara estadual, as margens são muito estreitas.
"Estamos em contato com parlamentares específicos que serão muito importantes nessa luta", declarou a fonte.
Alguns dos democratas do Estado têm histórico de votação diferente sobre o aborto, mas todos agora se comprometeram a codificar os direitos ao aborto, acrescentou a autoridade.
Na Flórida, a líder democrata na Câmara, Fentrice Driskell, disse que em suas reuniões com autoridades da Casa Branca os tópicos discutidos incluem a participação eleitoral e como isso é impulsionado pelos Estados que colocam o aborto na cédula.
Outras discussões se concentraram em como os democratas da Flórida poderiam usar parceiros, como grupos de direitos reprodutivos, para tornar o aborto uma questão fundamental em 2024, disse ela.
Para combater as restrições, a Casa Branca coordena com organizações nacionais que trabalham para derrotar possíveis proibições, o que tem levado a vice-presidente a viajar a esses Estados para reunir as partes interessadas e usar seus contatos com a imprensa para destacar lutas legislativas em momentos críticos.
Harris, que ganhou elogios dos democratas de base por sua frequente defesa do direito ao aborto durante a campanha de meio de mandato, é uma parte fundamental do atual esforço da Casa Branca.
Desde a revogação pela Suprema Corte em meados do ano passado da decisão Roe v. Wade que encerrou o direito nacional ao aborto, muitos Estados controlados pelos republicanos estão pressionando para restringir ainda mais o acesso ao aborto, enquanto os Estados administrados pelos democratas estão consagrando proteções em novas leis.