Com Down, Maju fez promessa para mãe: “vou ser modelo internacional”

Conheça a trajetória de Maju de Araújo, modelo com Síndrome de Down considerada a primeira a desfilar em semanas de moda internacionais

12 abr 2023 - 05h00
Maju de Araújo é a primeira modelo com Síndrome de Down a desfilar em semanas de moda internacionais
Maju de Araújo é a primeira modelo com Síndrome de Down a desfilar em semanas de moda internacionais
Foto: Glauber Bassi

A modelo internacional Maju de Araújo é referência quando o assunto é desfilar. No currículo, ela tem passagens pelas principais passarelas do Brasil e foi destaque na Semana de Moda de Milão, se apresentando na Europa por dois anos consecutivos, em 2021 e 2022.

Mas uma das maiores responsabilidades da jovem de 20 anos está além das passarelas: Maju é uma pessoa com Síndrome de Down e uma voz de representatividade para pessoas com deficiência.

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Carioca da gema, a modelo nunca teve dúvidas sobre seu futuro. Ela nasceu para ser modelo, conta a mãe, a empresária Adriana de Araújo.

“Ela sempre gostou de tirar foto, de desfilar. Desde pequena ela tinha esse sonho. E a Maju tem uma autoconfiança que me impressiona”, resume Adriana.

Mas quando a Maria Júlia nasceu, lá em 2002, Adriana não tinha a mesma confiança da filha. No hospital, ao receber a notícia que sua filha tinha Down, ela mergulhou na internet para se inteirar da questão e diz que se assustou com as respostas.

À época, o debate sobre inclusão estava em outro nível e a empresária conta que até mesmo a pediatra da filha admitia ter dificuldades para entender o processo. “Ela dizia que nunca teve contato com uma criança com Síndrome de Down, que era um desafio", explica a mãe de Maju.

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Com o tempo, a hoje modelo internacional foi ensinando sua mãe a ter mais confiança e a entender os processos de evolução que ela passaria lutando pelos seus objetivos.

Carioca da gema, Maju de Araújo nunca teve dúvidas sobre seu futuro: ela nasceu para ser modelo, conta a mãe, a empresária Adriana de Araújo
Foto: Glauber Bassi

Período em coma

Ao decidir que sua filha realizaria o sonho de ser modelo, Adriana foi em busca de escolas preparatórias e da obtenção do DRT de modelo.

Em 2019, Maju teve uma meningite bacteriana e passou um período em coma. Enquanto ainda se recuperava no hospital, ela avisou que não era para sua mãe chorar, pois assim que saísse do hospital ela viraria uma modelo famosa.

E foi exatamente o que aconteceu. Mas não sem passar algumas dificuldades. A começar por encontrar uma escola que aceitasse trabalhar com a jovem.

“Foi a primeira vez que eu lutei por um direito — nesse caso, da Maju. Encontrei uma escola que dizia que nunca tinha trabalhado com um 'perfil’ como o da Maju, que não tinha expertise. Mas eu insisti. Somos uma sociedade diversa e isso tem que estar presente em todos os lugares. Ali foi um divisor de águas pra mim, até como cidadã mesmo”.

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Desde então, as coisas não ficaram mais fáceis para as duas. Maju continuou enfrentando problemas para encontrar agências que a representassem. Sendo assim, Adriana passou a acumular as funções de mãe e agente.

Destaque na Forbes Under 30, Maju é embaixadora de marcas com L’Oreal Paris e Renner, além de acumular mais de 650 mil seguidores só no Instagram
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Em 2020, ela foi convidada para participar virtualmente do Brasil Eco Fashion Week. O evento abriu portas para outras oportunidades no Brasil — e no mundo. Maria Júlia foi crescendo, inclusive no Instagram, que virou sua principal plataforma pela diversidade.

Destaque na Forbes Under 30, embaixadora de marcas com L’Oreal Paris e Renner, além de acumular mais de 650 mil seguidores só no Instagram, Maju hoje é representante para muitas pessoas jovens com Síndrome de Down que, com a trajetória da modelo internacional, conseguem sonhar sem limites.

Na próxima sexta-feira (14), ela será palestrante da Gramado Summit, falando como se tornou potência no mundo publicitário e influência no mundo digital. 

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Mesmo com esse acúmulo de conquistas, Maju ainda tem um sonho: ajudar pessoas com deficiência que foram abandonadas. Um dos seus principais objetivos de vida é criar um instituto que auxilie essas pessoas, se oferecendo para auxiliar além do exemplo de sucesso.

Fonte: Redação Nós
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