Como são os casamentos em religiões de matriz africana

Com ritos próprios, as cerimônias são celebradas por autoridades religiosas, como yalorixás, babalorixás, mães e pais de santo

4 abr 2024 - 05h00
Resumo
No Brasil, os casamentos em religiões de matriz africana são reconhecidos legalmente, realizados com ritos e elementos próprios de acordo com a crença. Os noivos normalmente usam vestes brancas e são purificados para a cerimônia, acompanhados por danças e músicas ritualísticas.
Casamento de religião de matriz africana
Casamento de religião de matriz africana
Foto: Thales Antonio/iStock

Os casamentos em religiões de matriz africana, como a Umbanda e o Candomblé, são celebrados por autoridades religiosas e têm, sim, reconhecimento legal. Podem ser equiparados ao casamento civil, como em qualquer outra religião. 

Segundo a Constituição Federal de 1988, “o casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei”, não especificando qual a crença. No entanto, nem todos os terreiros – onde tradicionalmente as cerimônias são celebradas – estão aptos a realizar casamentos. 

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Com ritos próprios e diversos, as cerimônias de casamentos em religiões de matriz africana são conduzidas por yalorixás e babalorixás, do Candomblé, e mães e pais de santo na Umbanda. 

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Casamento na Umbanda

No casamento umbandista, a figura dos orixás é bastante presente, além do caboclo, que é uma entidade espiritual. Na celebração, a mãe ou o pai de santo incorpora o guia-chefe da casa e faz a ponte entre a condição humana e o divino. É comum serem usadas velas, ervas, folhagens e flores para o ritual. 

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Durante a cerimônia, há cânticos próprios da religião, de acordo com a linha do ritual, evocando a energia das entidades, outros guias e orixás. Há saudações e orações em iorubá, uma das línguas africanas.

Importante dizer que na preparação do casamento, há a defumação do lugar e os noivos usam os seus colares, as guias, que representam a entidade ou guia espiritual de cada religioso.

Quais as vestimentas no casamento na Umbanda?

Todos os envolvidos na cerimônia podem usar branco e devem estar descalços, geralmente com roupas mais leves e informais. Também é possível trajarem as cores de seus pais de cabeça (o orixá da cabeça ou orí). Não é habitual o uso de véu e grinalda, nem terno e gravata. 

Há troca de alianças, que são ungidas com azeite e entregue aos noivos para que um coloque a jóia no dedo do outro. 

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Assim como em casamentos católicos ou evangélicos, a celebração pode contar com a participação dos padrinhos. A ideia é testemunhar o ritual e levar boas energias aos noivos. Não há problema em convidar pessoas de outras religiões. 

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Casamento no Candomblé 

No casamento candomblecista, as vestes também são livres, mas normalmente todos vestem branco. No lugar da marcha nupcial, entram as batidas do atabaque. 

O casamento é um compromisso entre as divindades dos noivos, para além de uma união terrena. Antes da união, os noivos passam por um período de preparação espiritual, buscando equilibrar seu axé e realizar a purificação para a cerimônia.

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Durante a cerimônia, são abençoados por um sacerdote ou sacerdotisa. Após receber a aprovação dos orixás, os noivos são ungidos com elementos naturais, como folhas e frutas. As oferendas de alimentos simbolizam a partilha e a comunhão com as divindades.

O casamento no Candomblé também é acompanhado por danças e músicas ritualísticas, que têm o poder de conectar os participantes ao divino.

Fonte: Redação Nós
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