Utilizar termos adequados é essencial para evitar a reprodução de estigmas e garantir que humanidade e a individualidade das pessoas com Síndrome de Down sejam respeitadas. Expressões inadequadas perpetuam barreiras sociais e dificultam a integração em diferentes aspectos da vida, desde a educação até o mercado de trabalho.
Por isso, compreender como se referir corretamente a pessoas com Síndrome de Down é uma responsabilidade coletiva, que envolve atenção ao contexto, abandono de termos ultrapassados e capacitistas e a adoção de uma linguagem que valorize o respeito e a igualdade.
Termos problemáticos
Os termos “mongol” e “mongoloide” foram utilizados no passado para descrever pessoas com Síndrome de Down devido a um preconceito científico do século 19. Naquela época, os médicos acreditavam que os traços faciais dessas pessoas lembravam características físicas das populações mongois. Essa comparação, além de incorreta, era racista, vinculando traços físicos a uma síndrome que, na visão deles, representava uma inferioridade social.
Os mongois são um grupo étnico originário da Mongólia, um país localizado entre a China e a Rússia. Eles têm uma rica cultura, conhecida por suas tradições nômades e por sua história, como Império Mongol liderado por Genghis Khan no século 13.
No século 20, avanços científicos revelaram que a Síndrome de Down é causada por uma alteração genética, a trissomia do cromossomo 21, não estando relacionada a qualquer origem étnica.
Em 1965, atendendo a um pedido do governo da Mongólia, o Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que o termo “mongoloide” fosse abandonado, sendo substituído por Síndrome de Down, em homenagem ao médico inglês John Langdon Down, que estudou a síndrome por anos e a identificou em 1866.
O termo correto
Ao se referir a alguém com Síndrome de Down, o termo mais adequado é “pessoa com Síndrome de Down". Essa expressão coloca a pessoa em primeiro lugar, evitando que ela seja definida exclusivamente pela sua condição genética.
Além disso, descarte palavras como “portador” ou “doença de Down”. O primeiro termo sugere que a condição é algo separado da pessoa, enquanto o segundo insinua que é uma doença quando, na verdade, é uma alteração genética.
Além disso, suprimir a palavra "síndrome" também é aceito. Portanto, usar a expressão "pessoa com Down" também é possível. Isso porque, novamente, a pessoa está em primeiro lugar.