De acordo com a Organização das Nações Unidas, povos indígenas correspondem a 6% da população mundial, o que equivale a 476 milhões de pessoas vivendo em 90 países. No Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado nesta sexta-feira, 9 de agosto, o Terra NÓS conta a história de 750 desses indígenas. Eles fazem parte da comunidade Mashco Piro.
Considerados a maior comunidade indígena isolada do mundo, os Mashco Piro vivem na fronteira entre o Peru e o Brasil, na Floresta Amazônica. O número de indígenas dessa etnia foi divulgado pelo Ministério da Cultura do Peru.
Em fotos inéditas divulgadas no dia 16 de julho, dezenas de membros da comunidade foram observados nas margens do rio Las Pedras, localizado no sudeste do Peru.
Segundo a ONG Survival International, na década de 1880, o território dos Mashco Piro foi invadido pelos barões da borracha, trabalhadores envolvidos na extração de látex, que escravizaram, acorrentaram e caçaram milhares de indígenas.
Os Mashco Piro que conseguiram escapar se refugiaram em áreas isoladas. Atualmente, os descendentes desses indígenas, ainda isolados, enfrentam uma nova ameaça: a exploração de madeira em suas terras.
“Essas imagens incríveis mostram que um grande número de pessoas isoladas de Mashco Piro está vivendo a apenas alguns quilômetros de onde os madeireiros estão prontos para iniciar as operações. De fato, uma empresa madeireira, Canales Tahuamanu, já está trabalhando dentro do território Mashco Piro, ao qual os Mashco Piro deixaram claro que se opõem”, disse Caroline Pearce, diretora da Survival International.
Madeireiras
Com o passar dos anos, uma parte significativa das terras da comunidade indígena foi adquirida por empresas madeireiras. Assim, a grande quantidade de indígenas Mashco Piro avistados perto do rio pode estar relacionada a essas atividades, que, segundo a Survival International, estariam impactando o ecossistema vital para a sobrevivência desse povo.
“Este é um desastre humanitário em formação – é absolutamente vital que os madeireiros sejam expulsos e que o território de Mashco Piro esteja devidamente protegido”, comentou Caroline Pearce.