Consciência Negra: veja 7 livros antirracistas

Neste Dia da Consciência Negra, confira 7 livros com pautas antirracistas sugeridos por profissionais da educação

16 nov 2023 - 18h46
(atualizado em 17/11/2023 às 10h53)

O Dia da Consciência Negra é celebrado na próxima segunda-feira, 20 de novembro. A data foi criada para relembrar as lutas dos movimentos negros e fortalecer o combate ao racismo. Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência, foi morto nesta data em 1695. 

Ao longo do mês da Consciência Negra, diversas pautas são reacendidas nos debates sociais, tais como o combate ao racismo e a adoção de práticas antirracistas nos mais diversos ambientes sociais.

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O Brasil Escola conversou com profissionais da educação que sugerem sete livros com pautas antirracistas.

7 livros com pautas antirracistas

Confira abaixo sete livros com pautas antirracistas:

1) A bailarina que pintava suas sapatilhas - Ingrid Silva

"A bailarina que pintava suas sapatilhas", de Ingrid Silva.
"A bailarina que pintava suas sapatilhas", de Ingrid Silva.
Foto: Divulgação / Amazon.  / Brasil Escola

Guilherme Carvalho, professor do LIV do Colégio Anglo Chácara Santo Antônio, indica o livro "A bailarina que pintava suas sapatilhas", de Ingrid Silva. Confira o comentário do educador sobre a obra no vídeo abaixo:

2) Quarto de Despejo: Teatro - Edy Lima

"Quarto de Despejo: Teatro", de Edy Lima - Editora Ática.
Foto: Divulgação.  / Brasil Escola

O livro "Quarto de Despejo: Teatro", de Edy Lima, é uma adaptação da obra de Carolina Maria de Jesus. O autor transforma o famoso diário de Carolina em uma peça teatral, e com isso, explora a riqueza da narrativa a partir de um outro formato, afirma Cintia Magrini, business partner na SOMOS Educação.

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Carolina Maria de Jesus foi uma mulher negra que morava na favela do Canindé, na cidade de São Paulo, década de 50. Ela trabalhava como catadora de lixo e relatava em folhas de caderno, em um diário, as mais diversas vivências de sua realidade. 

De acordo com Magrini, a obra de Edy Lima traduz em suas páginas a "vasta diversidade brasileira e instiga o debate sobre questões de classe, raça e gênero".

"É importante, principalmente para crianças e jovens, que pessoas negras se enxerguem nessas histórias, compartilhando suas dores e angústias, mas, também, celebrando sua cultura e ancestralidade. Durante muito tempo, pessoas como Carolina foram invisibilizadas na literatura brasileira, um cenário o qual busca ser combatido a partir de publicações como essas"

Cintia Magrini

3) Ensinando a transgredir - bell hooks

"Ensinando a transgredir: a educação como prática de liberdade", de bell hooks.
Foto: Divulgação.  / Brasil Escola

"Ensinando a transgredir", de bell hooks, aborda a educação como prática de liberdade e é sugestão de Clarrisa Lima, assessora pedagógica da Plataforma Amplia. A obra, segundo a profissional, "traduz o que é pensar no currículo escolar a partir de uma perspectiva multicultural". É com essa visão que é possível "vislumbrar" que grupos são historicamente subalternizados, afirma Lima. 

A autora do livro tem como referência a educação liberadora de Paulo Freire. Clarissa Lima recomenda o livro pelo fato dele proporcionar uma reflexão acerca das práticas de ensino em uma realidade que é multicultural. 

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4) Olhos d'Água - Conceição Evaristo

"Olhos d'Água", de Conceição Evaristo.
Foto: Divulgação.  / Brasil Escola

A obra "Olhos d'Água", de Conceição Evaristo, é recomendação de Joice Seles, bibliotecária do Colégio Anglo Alante São José dos Campos. O livro esteve entre as leituras obrigatórias do Vestibular 2024 da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 

No livro, o leitor encontrará uma coleção com quinze contos com temas profundos, com foco na população afro-brasileira. Os assuntos permitem reflexões, uma vez que são narrativas que tratam de "dilemas sociais, da violência urbana, da sensibilidade humana, e também, do feminino", conta Joice. 

5) Torto Arado - Itamar Veira Junior

"Torto Arado", de Itamar Vieira Junior.
Foto: Divulgação. / Brasil Escola

De acordo com Débora Hott, professora de Língua Portuguesa do Colégio Anglo Alante São José dos Campos, "Torto Arado" de Itamar Vieira Junior, é uma obra que merece ser lida. O motivo apontado pela educadora é que o livro possui uma "capacidade única de entrelaçar a riqueza da cultura brasileira com uma crítica profunda às desigualdades sociais e raciais".

6) 1808 - Laurentino Gomes

"1808", de Laurentino Gomes.
Foto: Divulgação.  / Brasil Escola

Com a apresentação de eventos históricos, políticos e sociais da história brasileira, a obra de Laurentino Gomes intitulada "1808", contribui para entender a dimensão do processo de escravização do Brasil.

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Indicado pela pedagoga Deborah Francischeli, pedagoda e diretora geral do Curso Evidente, a obra mostra as consequências da escravidão para o desenvolvimento do racismo estrutural, "tão presente em nossa sociedade".

7) O ódio que você semeia - Angie Thomas

"O ódio que você semeia", de Angie Thomas.
Foto: Divulgação / Amazon.  / Brasil Escola

A obra de ficcão "O ódigo que você semeia", escrita por Angie Thomas, retrata a vida de uma adolescente que testemulha um assassinato policial. São abordados no livro a injustiça racial, o ativismo e a questão da identidade. 

Por Lucas Afonso

Jornalista

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