Coordenador da Apib aponta subdimensionamento da população indígena

Líder karipuna diz, porém, que resultados do censo são positivos

7 ago 2023 - 17h12
"O número pode ser maior, mas já é um crescimento significativo nesses 13 anos", disse Kleber Karipuna
"O número pode ser maior, mas já é um crescimento significativo nesses 13 anos", disse Kleber Karipuna
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

Depois de 13 anos do último Censo indígena, realizado em 2010, o coordenador da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Kleber Karipuna, considerou positivos os dados divulgados nesta segunda-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informando que houve crescimento de quase 89% desta parcela da população em relação ao levantamento anterior.

No entanto, Kleber Karipuna disse à Agência Brasil que a população indígena ainda está subdimensionada por causa de problemas de logística para acesso a algumas áreas. “O número pode ser maior, mas já é um crescimento significativo nesses 13 anos, em relação ao último censo da população indígena”. Ele ressaltou a importância de ter dados, não só da população em geral, mas também em nível dos estados e do número de domicílios que foram visitados.

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O coordenador da Apib informou que a própria Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), cujos dados censitários eram muito usados, por estar localmente no dia a dia de cada comunidade, está trabalhando agora na reformulação de seu sistema de informação. Esse trabalho poderá trazer dados atualizados, muito próximos dos números do IBGE.

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“Talvez uma estimativa da população indígena na casa de 1,8 milhão a 1,9 milhão de indígenas, se incluirmos aí populações em regiões de difícil acesso, povos isolados que não entram na contabilidade”. Kleber Karipuna destacou a importância das informações do censo, principalmente para subsidiar as políticas do governo para as populações indígenas. “A avaliação é muito positiva.”

Ele ressaltou também o esforço do IBGE, que conseguiu contemplar recenseadores indígenas para fazer o trabalho próximo das próprias comunidades. Em função das dificuldades de logística, de material e de transporte para ir até áreas de difícil acesso, aonde só se chega de helicóptero ou avião, Kleber propôs que, nos próximos anos, seja feito um esforço para solucionar esses problemas operacionais e de logística, visando a obter um mapa ainda maior da comunidade indígena brasileira.

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“Mas este já é um número significativo. A ideia é tentar avançar cada vez mais, para retomar a população indígena que, em tese, em estimativa, totalizaria no Brasil, na chegada dos colonizadores, em torno de 5 milhões de pessoas”. Apesar da diferença populacional histórica, Kleber Karipuna disse que o resultado divulgado do censo “já é algo bastante expressivo”.

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Edição: Nádia Franco

Agência Brasil
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