Com a estreia do filme da Barbie, no dia 20 de julho, diversas pessoas foram aos cinemas para prestigiar o longa e tirar fotos nas famosas “caixas da Barbie”, que não mostrou ser tão inclusiva como as bonecas e o filme, de acordo com Patrícia Lorete, criadora de conteúdo com deficiência e consultora em capacitismo.
Em uma publicação no Instagram, Patty, como é conhecida, começou o texto explicando a expressão “pensar fora da caixa”. “Isso significa ir na contramão do que estamos acostumados, ou, melhor dizendo, olhar de outro jeito pra alguma coisa”, escreveu.
Segundo ela, naquele contexto, “pensar fora da caixa” significa desconstruir o capacitismo. “Porque é fora da caixa, e somente fora dela que cabe a diversidade”, ressaltou ela, que ainda disse que é preciso sair da caixa para ver o “quão estreita ela é”.
Isso foi algo que ela comprovou indo assistir “Barbie” no cinema. “Com uma campanha totalmente Instagramável como a do filme, em quase todos os shoppings você poderia experimentar "ser a Barbie", fazendo selfies dentro da caixa da boneca”, escreveu.
“Acontece que embora o filme fale sobre diversidade, traga a discussão pautas como equidade de gênero, masculinidade hegemônica e tenha a deficiência representada, houve quem ficasse de fora do registro mais popular dos últimos tempos: quase a prova de quem compareceu”, destacou Patty na postagem.
A criadora de conteúdo foi uma das pessoas que não conseguiu fazer parte da experiência. “A caixa foi pensada para ‘bonecas padrão’”, contou ela, ressaltando que, apesar das discussões sobre inclusão, o assunto ainda é difícil de ser implementado na prática.
“Algumas pessoas conseguiram fazer as fotos, seja com caixas abertas na lateral, as amassando ou no limite do espaço possível. Nada de novo para nós, que se queremos ocupar espaços, temos que ‘alargar portas e janelas’ por conta própria”, finalizou ela.