A defesa de Daniel Alves, encabeçada pelo advogado Cristóbal Martell, analisou cerca de sete horas de gravação das câmeras de segurança da boate Sutton, em Barcelona, onde supostamente o brasileiro agrediu sexualmente uma mulher de 23 anos, e chegou à conclusão de que não terá problemas para obter na Justiça o direito de seu cliente responder o processo em liberdade. De acordo com o jornal espanhol La Vanguardia, Martell está convencido de que conseguirá a libertação do atleta da prisão preventiva nos próximos 30 dias.
Além da análise das imagens, Martell revisou toda a documentação do caso, bem como o relatório produzido pela polícia catalã (Mossos d'Esquadra). Segundo a reportagem, o advogado afirmou que "há margem para a defesa do jogador" e mostrou poucas dúvidas quanto à soltura do atleta. Vale lembrar que a Justiça espanhola acatou imediatamente o pedido de prisão preventiva do brasileiro sem direito à fiança, com receio de que ele pudesse deixar o país.
Nesta segunda-feira, a defesa de Daniel Alves entrou com um recurso contra a prisão preventiva do lateral. Em entrevista ao "Programa de Ana Rosa", do canal espanhol Telecinco, Martell tem a expectativa de que o pedido seja julgado em cerca de 20 dias. O objetivo é fazer com que o brasileiro responda as acusações em liberdade. Se esse prazo se confirmar, Daniel Alves ficará preso por um mês. Sua mãe está em Barcelona, mas ainda não teria se encontrado com o jogador.
Com passagens pelo Barcelona, São Paulo, seleção brasileira, Daniel Alves está preso desde o dia 20 de janeiro. Ele está no Centro Penitenciário Brians 2, em um módulo destinado a agressores sexuais. Ele divide cela com outro brasileiro chamado Coutinho e recebe tratamento igual aos demais detentos. A seus novos colegas, ele teria tido que não houve agressão sexual.
CASO DANIEL ALVES
A juíza Maria Concepción Canton Martín decretou a prisão de Daniel Alves no dia 20 de janeiro. Ele foi detido ao prestar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher na madrugada do dia 30 de dezembro. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção.
A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona, na Espanha. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a denunciante em um banheiro da área VIP da casa noturna, segundo o jornal El Periodico. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido.
A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã (Mossos d'Esquadra), que colheu depoimento da vítima. Uma câmera usada na farda de um policial gravou acidentalmente a primeira versão da vítima sobre o caso, corroborando o que foi dito por ela no depoimento oficial. A mulher também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.
Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa "Y Ahora Sonsoles", da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.
No depoimento, porém, de acordo com os meios de comunicação da Espanha, o atleta afirmou que esteve com a mulher, mas sem ato sexual. Posteriormente, admitiu o ato sexual, mas alegou que a relação foi consentida. Segundo a rádio Cadena SER, imagens da vigilância interna do local confirmam que Daniel Alves ficou 15 minutos com a mulher no banheiro. Material coletado encontrou vestígios de sêmen tanto internamente quanto no vestido da denunciante.
O Pumas, do México, anunciou que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube foi rompido por justa causa.