Daniel Alves continua preso preventivamente na penitenciária Brians 2, em Barcelona, na Espanha, por suposta agressão sexual contra uma mulher de 23 anos. O jogador, que nega as acusações, tem se mantido reservado, falando pouco e sem externar emoções. Em conversas com outros presos, o brasileiro afirma que teve relação consensual com a denunciante e diz que vai acatar a decisão da Justiça. As informações são do jornal La Vanguardia.
Segundo a publicação, Daniel Alves pediu para ser tratado como os outros presos dentro da unidade. "O jogador ficou de fora, e o Dani que está aqui é mais um", teria dito o atleta. O julgamento ainda não tem data para acontecer e a defesa deve apresentar recurso nesta segunda-feira.
Ainda de acordo com a reportagem, o brasileiro tem se apoiado em sua história de vida para superar o momento. "Saí de casa quando tinha apenas 15 anos. Superei situações muito difíceis e complicadas. Essa será mais uma que vai passar. Nada me assusta", teria dito Daniel Alves.
O La Vanguardia também informou que Daniel Alves deseja não encontrar a mãe, Lúcia Alves, que chegou a Barcelona nesta semana. Segundo o veículo, o atleta prefere que ela não o veja preso, mas os dois se falam via telefone. Daniel Alves prefere esperar o resultado do recurso, pois estaria com vergonha que sua mãe o veja na prisão.
Na última quinta-feira, o lateral-direito de 39 anos jogou futebol com os companheiros pela primeira vez. Funcionários e até integrantes da direção teriam se espreitado para assistir a partida com o brasileiro. Foi preciso colocar um pano, para impedir que os vizinhos se entusiasmassem demais e o jogador pudesse continuar com a atividade.
CASO DANIEL ALVES
A juíza Maria Concepción Canton Martín decretou a prisão de Daniel Alves no dia 20 de janeiro. Ele foi detido ao prestar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher na madrugada do dia 30 de dezembro. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção.
A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona, na Espanha. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a denunciante em um banheiro da área VIP da casa noturna, segundo o jornal El Periódico. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido.
A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã (Mossos d'Esquadra), que colheu depoimento da vítima. Uma câmera usada na farda de um policial gravou acidentalmente a primeira versão da vítima sobre o caso, corroborando o que foi dito por ela no depoimento oficial. A mulher também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.
Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa "Y Ahora Sonsoles", da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.
No depoimento, porém, de acordo com os meios de comunicação da Espanha, o atleta afirmou que esteve com a mulher, mas sem ato sexual. Posteriormente, admitiu o ato sexual, mas alegou que a relação foi consentida. Segundo a rádio Cadena SER, imagens da vigilância interna do local confirmam que Daniel Alves ficou 15 minutos com a mulher no banheiro. Material coletado encontrou vestígios de sêmen tanto internamente quanto no vestido da denunciante.
O Pumas, do México, anunciou que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube foi rompido por justa causa.
A defesa de Daniel Alves, encabeçada pelo advogado Cristóbal Martell, tem até esta terça-feira, 31, para apresentar recurso na 15ª Vara do Barcelona e pedir a soltura provisória do cliente.