No 2º de dia julgamento de Daniel Alves, acusado de estuprar uma mulher em uma boate em Barcelona, sua esposa, Joana Sanz, e 4 amigos do brasileiro serão ouvidos.
O segundo dia do julgamento de Daniel Alves, acusado de estuprar uma mulher de 23 anos -- em uma boate em Barcelona, na Espanha -- acontece nesta terça-feira, 6. Na audiência, a mãe da denunciante foi dispensada e a mulher do jogador, Joana Sanz, é aguardada para testemunhar a favor dele.
Nessa segunda-feira, 5, foram ouvidos a suposta vítima, além de testemunhas, como uma amiga da mulher que o denunciou e uma prima, que estavam com ela na casa noturna em que o crime teria acontecido. Por isso, a mãe da jovem foi dispensada, após decisão do Tribunal Espanhol.
O segundo dia de sessão deve começar às 11h (horário de Brasília). Além de outros familiares Daniel Alves, a esposa dele é esperada para testemunhar a favor do marido, e quatro amigos do brasileiro. De acordo com o UOL, eles devem sustentar a versão de que o jogador estava bêbado quando saiu de um jantar para a boate.
O jogador deve ser ouvido na quarta-feira, 7, último dia do julgamento. A defesa da mulher pede para que ele receba uma pena de 12 anos de prisão, enquanto o Ministério Público local defende 9 anos.
Primeiro dia
Nesta segunda, o corte ouviu a suposta vítima do jogador, uma amiga e uma prima dela, bem como funcionários da boate onde teria ocorrido o estupro. A denunciante prestou esclarecimentos através de um biombo, para que não tivesse contato com o jogador. Além disso, sua voz foi alterada para dificultar sua identificação.
A mulher contou por cerca de 1h15, que Daniel Alves a "levou várias vezes a mão dela até seu pênis, que ela retirou assustada", enquanto dançavam, e que depois, ele pediu à ela para segui-lo até uma porta. Nesse momento, ela se deu conta de que era um banheiro, e tentou sair, mas foi impedida.
O brasileiro a teria penetrado com violência, e “ejaculou dentro dela”. Após o abuso, ele teria deixado o banheiro primeiro. A tese é reforçada pelos exames, nos quais foram encontrados o DNA do lateral.
Na sequência, Ana Matallana, amiga da vítima, contou que viu o jogador se aproximando da denunciante, “com a mesma atitude pegajosa” com que ele teria se aproximado dela. De acordo com o ge, ela relata ainda que viu a amiga tensa, e percebeu o momento em que os dois foram até uma porta, mas depois, os perdeu de vista.
A jovem lembrou que a vítima saiu do local dizendo: “Ele me machucou muito, ele me machucou muito". O mesmo foi ratificado pela prima da denunciante, que também estava na boate. De acordo com La Vanguadia, ela contou que quando a vítima saiu do banheiro, viu que “ela estava com a cara muito feia”.
"Perguntei a ela se ela estava bem e se ela queria que a gente fosse embora, e ela me disse que precisava ir embora. Saímos de lá e eu escrevi para minha amiga dizendo que ela precisava ir embora. Ela apenas me disse que ele a machucou muito, e que tinha ejaculado dentro dela”.
Um segurança também foi ouvido, e afirmou que a reclamante estava chorando muito e dizendo aos amigos que o jogador lhe tinha feito “muito mal”, mas resistiu em denunciá-lo. Um dos garçons da boate contou que um amigo dele foi quem atendeu Daniel Alves primeiramente naquela noite. Outro garçom disse que o jogador era um cliente habitual da casa noturna, e sabia que existia uma suíte dentro da área VIP.
Conforme o ge, dentro do cômodo há um banheiro, onde o crime teria ocorrido. Ambos afirmaram que não notaram nenhum comportamento estranho do jogador.
Entenda o caso
No dia 30 de dezembro de 2022, segundo os relatos publicados pela imprensa espanhola, a vítima foi convidada por Daniel Alves para entrar em uma área VIP de uma boate em Barcelona. No espaço reservado, a mulher conheceu o lateral brasileiro e os dois dançaram juntos. De acordo com os jornais, a denunciante relatou que o jogador "levou várias vezes a mão dela até seu órgão íntimo, que ela retirou assustada". Depois disso, os dois teriam entrado em um banheiro, onde o crime teria ocorrido.
A mulher teria tentado deixar o banheiro, mas foi impedida pelo agressor. De acordo com o relato, o jogador deixou o banheiro antes da vítima após ter penetrado de maneira violenta até ejacular. A mulher teria saído depois e contado o que aconteceu a uma amiga.
Após o ocorrido, a vítima teria ido imediatamente a um hospital para fazer exames. Dois dias depois, os resultados constataram DNA de Daniel Alves nos testes feitos pela jovem.
A Justiça espanhola ordenou a prisão do atleta depois de ouvir depoimentos contraditórios do brasileiro. Ao longo da investigação, o ex-Barcelona apresentou diferentes versões sobre o caso. Na última delas, admitiu que teve relações sexuais com a acusadora, mas afirmou que isso aconteceu de forma consensual.
Inicialmente, Daniel Alves foi preso no Centro Penitenciário Brians I, mas foi transferido para o Brians II três dias depois da detenção. A cadeia fica localizada no município Sant Esteve Sesrovires, a 40 km de Barcelona. O lateral trocou de representantes durante a investigação - o advogado que defendia o brasileiro alegou que o caso "estava perdido". A juíza do caso entende que o processo tem provas suficientes para a condenação do jogador.