Dezenas de pessoas realizaram um protesto nesta sexta-feira na Praça de Sant Jaume, em Barcelona, com faixas e cartazes, pedindo que o jogador Daniel Alves, preso preventivamente desde o último dia 20 acusado de agressão sexual, não seja solto pela Justiça. Os manifestantes fazem parte dos coletivos Livres e Combativas, Sindicato de Estudantes e Esquerda Revolucionária.
"Denunciamos as tentativas da mídia e da maquinaria do aparato judiciário para garantir a impunidade de Daniel Alves. Não para a sua libertação! Queremos justiça para todas as vítimas. A luta vai nos libertar, da próxima #8M todos na GREVE FEMINISTA", publicou o grupo Livres e Combativas nas redes sociais.
Denunciem els intents dels mitjans de comunicació i la maquinària de l'aparell judicial per assegurar la impunitat de Dani Alves. No a la seva posada en llibertat! Volem justícia per a totes les víctimes.
La lluita ens farà lliures, el pròxim #8M tothom a la VAGA FEMINISTA pic.twitter.com/2pQpLpYyBA
— Lliures i Combatives (@LliuresiCombat) February 3, 2023
Oito pessoas que estavam na boate Sutton, em Barcelona, na noite em que supostamente Daniel Alves agrediu sexualmente uma mulher de 23 anos prestaram depoimento à Justiça espanhola nesta sexta-feira. As informações são do jornal La Vanguardia. O atleta nega as acusações.
Daniel Alves está preso desde o dia 20 de janeiro, sem direito a fiança. Na segunda-feira, a defesa entrou com recurso contra a prisão preventiva do ex-jogador do Barcelona. Em um documento de 24 páginas, a defesa alega que não há risco de fuga e pede que o atleta responda em liberdade. Foi sugerida a entrega do passaporte e até mesmo o uso de "pulseira telemática", similar a uma tornozeleira eletrônica.
Hem vist com Dani Alves s'ha contradit amb les versions dels fets i insinuava que, com té diners, no té la necessitat de violar, i com la víctima ha renunciat al seu dret a ser recompensada econòmicament perquè la creguin.
No a la posada en llibertat de Alves! Volem justícia! pic.twitter.com/ShjUAHdNWx
— Sindicat d'Estudiants (@SindicEstudiCat) February 3, 2023
CASO DANIEL ALVES
Daniel Alves teve a prisão decretada no dia 20 de janeiro. Ele foi detido ao prestar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher na madrugada do dia 30 de dezembro. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção.
A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona, na Espanha. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a denunciante em um banheiro da área VIP da casa noturna, segundo o jornal El Periódico. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido.
A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã (Mossos d'Esquadra), que colheu depoimento da vítima. Uma câmera usada na farda de um policial gravou acidentalmente a primeira versão da vítima sobre o caso, corroborando o que foi dito por ela no depoimento oficial. A mulher também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.
Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa "Y Ahora Sonsoles", da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.
O primeiro a chegar ao tribunal, ainda pela madrugada, foi o advogado de defesa do brasileiro, Cristóbal Martell. Ele nãoalou com a imprensa que se amontoou no local para acompanhar o caso. A advogada da vítima, Ester García, também não quis prestar declarações em sua chegada. A oitiva não foi pública. es ficou 15 minutos com a mulher no banheiro. Material coletado encontrou vestígios de sêmen tanto internamente quanto no vestido da denunciante. O Pumas, do México, anunciou que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube foi rompido por justa causa.