Após a condenação de Daniel Alves a 4 anos e meio de prisão por estupro, a defesa do jogador decidiu entrar com um pedido para que ele seja libertado até o feriado da Semana Santa.
Segundo o jornal La Vanguardia, Inés Guardiola, advogada do jogador brasileiro, acredita que há boas chances de conseguir reverter à prisão preventiva do cliente, já que a sentença definitiva ainda não foi emitida pela corte espanhola.
Daniel Alves está preso de forma preventiva desde 2022, para evitar risco de fuga, a destruição de provas ou o risco de reincidência. Para a defesa, a pena imposta pelo Tribunal de Barcelona abre um novo cenário em que diminui o risco de fuga do brasileiro. Para convencer o juiz, Alves pretende pagar uma espécie de caução como garantia ao tribunal de que não escapará.
O jogador, no entanto, está com as contas embargadas, devido a uma disputa judicial com sua ex-mulher, Dinorah Santana, que o denunciou na Justiça brasileira por não pagar as pensões dos dois filhos.
Daniel Alves foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão por estupro de uma jovem de 24 anos no banheiro de uma boate em Barcelona, na Espanha, no dia 30 de dezembro de 2022. A sentença foi anunciada na manhã desta quinta-feira, 22, pelo Tribunal de Barcelona.
Progressão de pena
Daniel Alves poderá ser beneficiado pelo chamado "terceiro grau" após cumprir mais da metade de sua pena, o que pode ocorrer a partir do final de abril de 2025. Com essa progressão, ele poderia sair da prisão em determinados dias, desde que retornasse para passar a noite. Esse regime faz parte do sistema penitenciário espanhol e tem como objetivo reintegrar o detento à sociedade
Ele também poderá deixar a prisão após cumprir dois terços de sua pena, desde que demonstre bom comportamento. Isso poderia ocorrer no final de janeiro de 2026, quando ele passaria para o regime de liberdade condicional.
Ajuda de Neymar
Após um julgamento de três dias no início de fevereiro, a juíza da Audiência de Barcelona considerou como único atenuante a indenização voluntária, proveniente de uma doação da família de Neymar para auxiliar o ex-jogador. Esse valor contribuiu para a redução da pena de Daniel Alves.
Na ocasião, o dinheiro foi transferido por Neymar da Silva Santos, pai do atacante do Al-Hilal, e em seguida depositado pela defesa do atleta na conta do tribunal, com o objetivo de ser repassado à vítima, "independentemente do resultado do julgamento". O argumento de embriaguez foi rejeitado porque "não foi demonstrado o impacto nas faculdades volitivas e cognitivas" do jogador.
A defesa também solicitou a liberdade condicional para Daniel Alves, porém, esse pedido foi negado pela quinta vez pela justiça espanhola. Em contrapartida, a chamada liberdade vigiada está prevista, totalizando uma punição de nove anos e seis meses.
Liberdade Vigiada é uma medida de segurança na qual o condenado não desfruta de liberdade plena e é obrigado a permanecer localizável através de dispositivos eletrônicos que permitem seu rastreamento constante.