São sempre publicações nas redes sociais, vídeos, textos, stories, jogados nas plataformas para denunciar algo. Alguns perfis têm certa força e conseguem alcançar maior repercussão, outros ficam praticamente no anonimato.
O alvo das acusações costuma ser bastante conhecido, até respeitado, e ter milhares de seguidores.
É sempre uma coisa da Internet. Quando chega à Justiça, ganha corpo, mas não é o habitual. O comum é a briga ser resumida à troca de ofensas e sarcasmos nos espaços de comentários, mas ninguém vai em frente e aciona os meios legais.
Levar esses casos à imprensa, na expectativa de que a história se torne tema de uma reportagem, é positivo, principalmente porque é necessário mostrar à sociedade tudo o que existe em torno da população com deficiência e de que maneira aproveitadores, oportunistas, abusadores e enganadores agem e por quais motivos devem ser punidos.
Há um problema nessa dinâmica. A denúncia é atirada no colo do jornalista e o acusador desaparece, diz que não quer ser identificado e está apenas revelando o caso. Ou são enviados contatos de quem, supostamente, tem interesse em detalhar o ocorrido e mostrar a cara.
Nada prossegue depois disso, não há acusação oficial, com nome e sobrenome de quem denuncia, o que impede a publicação de qualquer palavra a respeito do problema.
Hoje recebi mais uma, um caso complicado, que envolve discriminação, abuso, violência e oportunismo, tudo sob um discurso de inclusão e humanismo, mas com ofensas e ameaças em mensagens particulares.
Como deve fazer um repórter, estou apurando, mas até agora, não passa de briga na Internet. Ninguém foi à polícia ou à Justiça.