Os casos de racismo denunciados pelo atacante brasileiro Vinícius Jr., do Real Madrid, foram essenciais para mudar o enfrentamento à discriminação racial no futebol da Espanha. A avaliação é de Marcelo Carvalho, diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, ao Terra Agora desta quinta-feira, 13.
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Na última segunda-feira, 10, a Justiça espanhola divulgou a condenação de três torcedores do Valência, denunciados por racismo contra o atual vencedor da Liga dos Campeões e cotado ao prêmio Bola de Ouro. Os réus foram sentenciados a oito meses de prisão, dois anos fora de estádios e pagamento de multas.
Para Carvalho, o impacto das condenações para o futebol espanhol é 'imenso', "haja vista que a gente não tinha punição para os casos de racismo. Sobre as primeiras denúncias, os dirigentes espanhóis disseram que aquilo fazia parte do 'torcer'".
"Com a decisão da Justiça em punir, é um avanço significativo e mostra para a sociedade que, se acontecer novamente, os racistas serão punidos", avalia o especialista. Ainda segundo ele, o posicionamento do atacante foi imprenscindível para que houvesse a mudança de posicionamento.
"O Vinicíus Jr. teve o amparo de diversas instituições, e a Espanha se viu em um lugar onde nunca imaginou que estaria, então tomou a decisão", destaca. No Brasil, onde o racismo é previsto como crime na legislação, Carvalho alerta que não há casos de torcedores que ficaram presos por racismo nos estádios.
"Nenhum caso que a gente monitorou, o torcedor está preso. Temos casos em que o torcedor foram identificados e presos, mas ficaram dois ou três dias detidos e foram liberados. E não temos notícia de um processo que possa levar eles para a cadeia", afirmou.
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