Os deputados do PSOL Pastor Henrique Vieira (RJ), Luciene Cavalcante (SP) e Erika Hilton (SP) acionaram o Ministério Público Federal (MPF), na última segunda-feira, 16, e solicitaram que a Assembleia de Deus de Rio Verde, igreja que a influenciadora Karol Eller frequentava em Goiás, seja investigada. Segundo declaração da deputada Erika Hilton nas redes sociais, a solicitação é para que a igreja seja investigada por homotransfobia, tortura e incitação ao suicídio.
A parlamentar ainda afirma que há suspeitas de que Karol Eller tenha sido vítima da “cura gay” durante o retiro “Maanaim”, promovido pela igreja. Entenda:
Karol Eller
- A influenciadora e ativista política Karol Eller faleceu aos 36 anos na quinta-feira,12, em São Paulo. De acordo com informações da Polícia Civil, o caso foi registrado como suicídio. Eller era uma mulher lésbica de direita que apoiava o ex- presidente Jair Bolsonaro. Em setembro, após retornar do retiro espiritual, a influenciadora disse nas redes sociais que havia renunciado à sua sexualidade.
A igreja
- No fim de agosto deste ano, Karol Eller contou no Instagram que conheceu o pastor Wellington Rocha, da igreja Assembleia de Deus de Rio Verde, através de uma live na mesma rede social. A influenciadora, que morava em São Paulo, foi até Goiás para participar do retiro “Manaaim”.
- Após o período do retiro espiritual, a influenciadora publicou diversos vídeos participando dos cultos na igreja. No dia 8 de setembro, Eller comunicou aos seguidores que participaria do segundo retiro espiritual “Manaaim”, também na igreja Assembleia de Deus de Rio Verde. Após o retorno, a influenciadora reforçou que tinha renunciado à “prática homossexual”.
"Cura gay"
- O processo de tentar mudar a sexualidade de pessoas homossexuais através de afirmações religiosas ou medicinais é chamado de “cura gay” ou "terapia de conversão". Geralmente, esses métodos que afirmam que uma pessoa LGBTQIA+ pode se tornar uma pessoa hétero são realizados por instituições religiosas, mascarando o preconceito contra a comunidade LGBTQIA+ em "nome da fé". O processo não é aprovado pelo Conselho Federal de Psicologia. Não existem indícios ou pesquisas que confirmem a eficácia destas abordagens.
“Pessoas LGBTQIA+ não estão doentes. Elas simplesmente existem como são. Adoecidos, de grave crueldade, são aqueles que querem tirar de alguém o que se é para que a pessoa se adeque ao preconceito alheio disfarçado de religiosidade”, declararam a deputada Erika Hilton e o deputado Pastor Henrique Vieira em publicação conjunta.