Estava curtindo uma folga nesta primeira semana útil de 2025, mas mister Zuckerberg, dono do Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads), me arrancou do ócio com o anúncio, nesta terça-feira, 7, do fim da checagem de fatos, que servia, em teoria, para reduzir a disseminação de desinformação na rede social.
Serão os próprios usuários que farão correções nas publicações com informações falsas ou enganosas.
Essa mudança dispara um alerta sobre como pessoas com deficiência são temas e alvos constantes das 'fake news'.
Em 2024, com o trâmite do pacote de corte de gastos e as novas regras do Benefício de Prestação Continuada, toda semana algum 'especialista' publicava vídeo alarmante a respeito do cancelamento do BPC. "Agora acabou" ou "Lula autorizou".
Aliás, o BPC é tema habitual de informações desencontradas porque tem sempre alguma proposta em discussão no Congresso Nacional que chega à pauta de alguma comissão, e isso é suficiente para influenciadores oportunistas usarem a temática na caça de engajamento, mesmo que o conteúdo seja completamente errado, induza seguidores ao erro de avaliação e, pior e mais perigoso, ao compartilhamento daquela publicação.
Também é assim com a Lei de Cotas e o universo "pcd" nas empresas. Vez ou outra, volta e meia, quase sempre, todo dia tem um "apoiasor da diversidade" que apoia a flexibilização da inclusão no trabalho porque gente com deficiência "é pouco qualificada" e há uma injustiça com empresários multados.
E, claro, chove embusteiro - normalmente, indivíduos sem deficiência - que surrupia a causa, se apresenta como herói da inclusão e uso o assistencialismo mais vil e canalha.
Redes sociais ajudam muito a entender a realidade das pessoas com deficiência, principalmente quando as publicações são genuínas, honestas, e geram reflexão sobre esse universo, a função da acessibilidade e o poder positivo da inclusão, mas é um campo desenfreado que garante bilhões de dinheiros a seus proprietários, naquela ladainha da garantia de liberdade de expressão.
Certamente, teremos problemas. E precisamos de atenção máxima.