Dia de Cosme e Damião: entenda relação da data com religiões de matriz africana

Na Umbanda e no Candomblé os santos são reverenciados como os orixás Ibejis

27 set 2024 - 10h32
Resumo
Comemoração do Dia de Cosme e Damião, marcada pela entrega de doces e associada à religião católica e religiões de matriz africana.
Os Ibejis são considerados as "crianças" das religiões de matriz africana e recebem doces durante suas festas
Os Ibejis são considerados as "crianças" das religiões de matriz africana e recebem doces durante suas festas
Foto: Reprodução: Wikimedia Commons/Wikimedia Commons: Toluaye

Os dias 26 e 27 de setembro são marcados pela comemoração do Dia de Cosme e Damião, celebração tradicionalmente associada à entrega de doces, como maria mole, suspiro e doce de abóbora. Essa festividade remete à morte dos irmãos gêmeos, que, segundo a tradição, teria ocorrido em 27 de setembro.

Na Igreja Católica, a data foi alterada devido à festividade de São Vicente de Paulo, que morreu, comprovadamente, nesse mesmo dia. Assim, a celebração de Cosme e Damião foi transferida para o dia anterior, 26 de setembro.

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Entretanto, a devoção a São Cosme e São Damião não se limita à religião católica. Nas religiões de matriz africana, como a Umbanda e o Candomblé, a comemoração é realizada em 27 de setembro, reforçando a intersecção entre as práticas católicas e as religiões de matriz africana.

Nessas religiões, Cosme e Damião são reverenciados como os orixás Ibejis, duas entidades que representam os opostos que se completam. Os Ibejis são associados aos gêmeos Taiwo e Kainde, filhos de Xangô e Oxum.

Os Ibejis são considerados as "crianças" das religiões de matriz africana e recebem doces durante suas festas, fazendo uma conexão com os santos católicos e as oferendas de doces.

Sincretismo religioso

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Essa associação remonta ao período colonial, quando o sincretismo religioso começou a se desenvolver como uma estratégia de resistência cultural. O sincretismo, que combina elementos de diferentes tradições religiosas, surgiu como uma forma de os negros escravizados manterem suas práticas ancestrais em um contexto de repressão e demonização.

Enfrentando a proibição de suas crenças, os escravizados começaram a associar os orixás a figuras de santos católicos, criando um espaço seguro para a prática de suas tradições durante a escravidão.

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Fonte: Redação Nós
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