É celebrado hoje, 29 de junho, o dia do Papa, figura central de uma instituição religiosa que influencia milhões de pessoas no mundo todo. Entendendo a relevância, a redação do Nós buscou situações recentes em que o pontífice tem se posicionado em prol de grupos historicamente minorizados, muitas vezes com aprovação do Vaticano. Confira:
Mulheres
Em janeiro deste ano, o papa Francisco atribuiu pela primeira vez os ministérios leigos da Igreja Católica Romana de Leitorado, Acolitado e Catequismo a mulheres. Em 2021, o papa já havia mudado a lei da Igreja para que os ministérios de Leitorado e Acolitado fossem realizados por mulheres.
Os ministérios de Leitorado e Acolitado existiam anteriormente e eram oficialmente reservados aos homens. Ao mudar o Código de Direito Canônico o Papa Francisco tornou institucional o que já acontecia na prática: mulheres que lendo a Palavra de Deus durante as celebrações litúrgicas ou servindo no altar como ministrantes ou dispensadoras da Eucaristia. O ministério de Catequismo foi criado com a mudança da lei.
Também em janeiro, durante a celebração da Solenidade de Maria Santíssima, o papa também se pronunciou sobre a violência contra a mulher. " "Quanta violência existe contra as mulheres. Já chega! Machucar uma mulher é ultrajar a Deus, que tomou sua forma humana de uma mulher", disse durante a homilia.
LGBTQIA+
Em maio de 2022 em resposta à cartas do padre jesuíta James Martin, que atua com população LGBTQIA+, sobre o que dizer a católicos LGBT+ que tenham sido rejeitados pela igreja, afirmou: "Gostaria que reconhecessem isso não como 'a rejeição da Igreja', mas, ao invés, como rejeição por parte de 'pessoas na Igreja'. A Igreja é uma mãe e reúne todos os seus filhos. Tomemos por exemplo a parábola dos convidados ao banquete: 'os justos, os pecadores, os ricos e os pobres, etc. (Mateus 22,1-15; Lucas 14,15-24). Uma Igreja 'seletiva', de 'puro sangue', não é a Santa Madre Igreja, mas sim uma seita", salientou.
Indígenas
Já em agosto de 2021, o papa Francisco recebeu duas lideranças indígenas do Pará: Cacique Dadá Borari e Poraborari, da terra indígena Maró, município de Santarém, oeste do Pará. Na ocasião, além de escutar as pautas, o pontífice dançou o Surara, típica dos povos indígenas Maró.
O papa Francisco declarou apoio na luta contra o Marco Temporal. Por aqui, entidades como Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) também fizeram coro ao líder e apoiaram as pautas indígenas.