O Carrefour foi acusado de racismo duas vezes nos últimos dias. O primeiro caso foi o do advogado Vinícius de Paula, marido da jogadora de vôlei Fabiana Claudino, em Alphaville (SP). Segundo ele, uma funcionária negou passar suas compras em um caixa preferencial vazio, mas logo depois atendeu uma cliente branca.
Vinícius, marido da jogadora da seleção brasileira de vôlei Fabiana Claudino, acusa o Carrefour de racismo. Ele foi a um caixa pref que estava vazio e não foi atendido. A funcionária alegou que poderia levar multa. Ele se dirigiu a outro caixa e... uma cliente branca foi atendida https://t.co/WbBs1phFco
— Cecília Olliveira (@Cecillia) April 9, 2023
Boa tarde! Muitos acompanharam o que aconteceu comigo ontem no Carrefour aqui em Alphaville. Depois de muita conversa com minha família, achamos por bem tomar as medidas cabíveis. pic.twitter.com/CK0R6R214v — ViniGram (@ViniGram) April 8, 2023
O segundo foi o da professora Isabel Oliveira, em Curitiba (PR), que estava em um Atacadão, parte do grupo Carrefour. Depois de relatar ter sido perseguida por um segurança, ela tirou a roupa para protestar na loja.
Toda minha solidariedade à professora Isabel Oliveira q foi vítima de racismo quando tentava comprar leite pra sua filha no Atacadão Parolin em Curitiba. Ela se despiu em protesto e escreveu no seu corpo: "sou uma ameaça?" depois de ter sido perseguida por um segurança no local. pic.twitter.com/2SfSAohwWM
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) April 9, 2023
Seguida por segurança, professora tira a roupa para denunciar racismo em mercado
SAIBA MAIS: https://t.co/9JQKGOePSC pic.twitter.com/JW2wqfxaC0
— Revista Fórum (@revistaforum) April 9, 2023
Lula citou o caso de Isabel em um discurso nesta segunda-feira (10.abr).
Há precedentes de casos de racismo em lojas do grupo. Em 19 de novembro de 2020, véspera do Dia da Consciência Negra, João Alberto Silveira Freitas foi espancado até a morte em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre (RS).
Hoje acontece a audiência do processo criminal movido contra mim pelo Carrefour, que se coloca como VÍTIMA.
No dia 20/11/20 (Dia da Consciência Negra), protestamos contra o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte dentro do Carrefour, no RS. pic.twitter.com/LJrMf0xf6c
— Renato Freitas (@Renatoafjr) March 20, 2023
A empresa patrocina o BBB23. Há uma semana (4.abr), soltou uma nota de repúdio nas redes sociais sobre a acusação de que a participante Bruna Griphao teria cometido racismo recreativo ao usar a expressão "come uma banana" em uma rima improvisada sobre a concorrente Sarah Aline.
— ADM do Carrefour 🛒 (@carrefourbrasil) April 4, 2023
A ex-BBB Lumena fez um tweet sobre a relação entre os casos recentes de racismo nas lojas do grupo e o patrocínio do Carrefour ao programa.
Pela primeira vez estamos prestes a assistir uma final do BBB com um número significativo de pessoas negras.
Com patrocínio da Carrefour…
Tá autorizado dizer que toda prova é de resistência?
— Lumena (@LumenaAleluia) April 10, 2023
Sobre o caso de Vinícius de Paula, a empresa disse à Folha que "assumiu a responsabilidade de fazer uma transformação de dentro para fora no combate ao racismo estrutural no país, com investimento de mais de R$ 115 milhões".
Ao G1, sobre o episódio vivido por Isabel Oliveira, afirmou não ter visto "indícios de abordagem indevida" e lamentou "que a cliente tenha se sentido da maneira relatada".
Até agora, o Carrefour não mencionou nenhum dos dois casos recentes em suas redes sociais.