Dona Hermínia, lei e luta contra o preconceito: relembre o legado de Paulo Gustavo, que faria 46 anos

Nesta quarta-feira, 30, seria aniversário do comediante; data também é marcada pelo Dia do Humor no Rio de Janeiro, em homenagem a ele

30 out 2024 - 05h01
Resumo
O ator e comediante Paulo Gustavo deixou um legado na cultura brasileira e na luta por direitos e visibilidade LGBTQIA+, além de ter promovido o humor político e inclusivo e apoiado causas sociais.
Paulo Gustavo morreu em 2021 em decorrência da Covid-19 e deixou dois filhos, Gael e Romeu, de seu casamento com o médico Thales Bretas
Paulo Gustavo morreu em 2021 em decorrência da Covid-19 e deixou dois filhos, Gael e Romeu, de seu casamento com o médico Thales Bretas
Foto: Reprodução: Instagram/paulogustavo31

O ator e comediante Paulo Gustavo, que completaria 46 anos nesta quarta-feira, 30, deixou um legado profundo na cultura brasileira e na luta por direitos e visibilidade LGBTQIA+. Paulo não era apenas um ícone da comédia, ele personificava a luta contra o preconceito, a promoção da empatia e a valorização do amor como força de mudança.

Ele morreu em 2021 em decorrência da covid-19 e deixou dois filhos, Gael e Romeu, de seu casamento com o médico Thales Bretas. A seguir, relembre o legado de Paulo Gustavo:

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Humor político e inclusivo 

Através da icônica Dona Hermínia, de "Minha Mãe É Uma Peça", e de outros personagens, Paulo Gustavo abordava temas sociais com um humor que promovia reflexão. Suas produções traziam, de forma divertida e acessível, questões de identidade, respeito e tolerância. 

Dona Hermínia, por exemplo, ajudou mães e famílias brasileiras a aceitarem seus filhos e parentes LGBTQIA+. Na série "220 volts", o humorista abordou o estereótipo criado sobre homens gays. 

Luta contra o preconceito

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A luta de Paulo Gustavo contra o preconceito também aconteceu fora das telas. Abertamente gay, ele enfrentou estigmas em relação à sua orientação sexual e exibiu com orgulho nas redes sociais seu casamento com Thales Bretas e os filhos do casal.

No entanto, o humorista não lutava apenas pelos direitos da comunidade LGBTQIA+. Em 2020, ele cedeu suas redes sociais por um mês para a escritoria e ativista Djamila Ribeiro, que utilizou o espaço para discutir a importância da luta contra o racismo.

Empatia e solidariedade

Paulo Gustavo também apoiava diversas causas sociais. Durante a pandemia, ofereceu suporte financeiro a várias pessoas que trabalharam com ele e enfrentavam dificuldades. Também doou recursos para instituições de caridade e R$ 500 mil para a compra de oxigênio no Amazonas. 

"Como eu admiro o ser humano que você é. A sua generosidade me emociona. Você, na pandemia, depositou, por três meses, R$ 1 mil por mês para quase 120 pessoas que trabalharam nos filmes que nós fizemos. Você mandou um e-mail para todo mundo das equipes perguntando quem estava precisando de ajuda", escreveu nas redes sociais a diretora Susana Garcia, que dirigiu "Minha mãe é uma peça 3", após a morte do ator. 

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Dia do Humor no Rio

Em 2021, o governo do Rio de Janeiro sancionou a lei que oficializou a data de nascimento do humorista, 30 de outubro, como o Dia Estadual do Humor no Rio de Janeiro, em uma iniciativa que celebra a importância do riso como resistência. A frase “rir é um ato de resistência”, dita por Paulo, reflete o poder de sua mensagem e é citada no documento da lei.

Lei Paulo Gustavo

No ano seguinte, o trabalho do humorista inspirou a criação de políticas de incentivo à cultura. A Lei Paulo Gustavo, sancionada em 2022, destina apoio financeiro ao setor cultural, afetado pela pandemia.

"A Lei é, também, um símbolo de resistência da classe artística. Foi aprovada durante a pandemia de covid-19, que limitou severamente as atividades do setor. É, ainda, uma homenagem a Paulo Gustavo, artista símbolo da categoria, vitimado pela doença", diz um texto do Ministério da Cultura.

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Fonte: Redação Nós
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