Drag queen: entenda o que é e se conceito está ligado a questões de gênero

O movimento drag queen é uma manifestação artística e política que rompe com os padrões de gênero e desconstrói estereótipos. Saiba mais

15 mai 2024 - 05h00
Resumo
De maneira resumida, uma drag queen é uma espécie de persona, criada por uma pessoa que se veste de uma maneira dramática, com um toque de exagero, muitas vezes exibindo características femininas, como maquiagens bem elaboradas e perucas, por exemplo.
Quatro drag queens posando para foto.
Quatro drag queens posando para foto.
Foto: LWA/Dann Tardif / Getty Images

Você já ouviu falar em drag queen? Se há uma arte que resiste e rompe barreiras normativas impostas pela sociedade, é a arte drag. Nela, é possível manifestar artisticamente o feminino, ao mesmo tempo em que se rompe com o binarismo de gênero, trazendo o que dentro desse universo é chamado de “montação”, com maquiagens, penteados e roupas em uma performance impactante.

Cada passo dado acaba sendo uma afirmação de identidade, criatividade e autoexpressão. Cada drag se reinventa, muitas vezes, a partir do zero, criando personas únicas que encantam e inspiram. Tudo isso, além de artístico, torna essa manifestação também política.

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Afinal, além de entreter, as drag queens desempenham um papel crucial na quebra de estereótipos e na promoção da aceitação e inclusão. Ao desafiar as noções convencionais de gênero e beleza, incentivando as pessoas a se expressarem livremente.

O que é drag queen?

As drag queens são figuras importantes dentro da comunidade LGBTQIAPN+, conhecidas por suas performances extravagantes, maquiagem vibrante e estilo único.

De maneira resumida, uma drag queen é uma espécie de persona, criada por uma pessoa que se veste de uma maneira dramática, com um toque de exagero, muitas vezes exibindo características femininas, como maquiagens bem elaboradas e perucas, por exemplo.

Essas são as características que acabam marcando uma drag queen, mas vai além disso: é também uma forma de expressão artística e uma maneira de desafiar normas de gênero e expectativas sociais.

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As performances de drag queens são verdadeiros espetáculos de criatividade, e muitas vezes incluem dublagens, dança, comédia e dramatização. Cada performance reflete a personalidade e estilo de cada drag.

Cada uma possui uma essência que acaba sendo refletida em sua caracterização, na performance e na própria narrativa construída. Entender toda essa diversificação no movimento é importante. Nos últimos tempos, com a criação de séries e outros materiais que falam sobre o movimento, a visibilidade drag aumentou e tem se fortalecido. 

Além disso, cantoras como Gloria Groove e Pabllo Vittar têm trazido a discussão para a mídia e para o mercado musical.

Drag queen e gênero: tem alguma relação?

Por mais que a arte drag seja bastante representativa para a comunidade LGBTQIAPN+, ser drag queen não está diretamente ligado a identidades de gênero ou orientação sexual.

É necessário compreender que ser uma drag queen não determina a identidade de gênero de uma pessoa, podendo ser cisgênero, transgênero ou até mesmo não-binária. 

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Essa arte é uma forma de expressão, não uma definição de identidade, por isso a maioria das performances desafiam as normas de gênero, subvertendo-as de maneiras criativas e até mesmo provocativas.

Inclusive, um ponto que gera bastante dúvida é se apenas homens podem ser drag queen ou se mulheres também podem fazer parte desse universo. A resposta é que mulheres não só podem fazer parte, como o número de drags mulheres tem crescido aqui no Brasil.

Por mais que seja comum associar o termo a homens vestidos como mulheres performáticas, essa não é a realidade. Mesmo sendo um universo mais masculino, a presença de mulheres drag queens convida a sociedade a repensar o que entende como feminilidade e suas atribuições.

Essas performances não devem ser vistas apenas como entretenimento, mas também como uma forma de se posicionar politicamente e questionar as noções preestabelecidas de masculinidade e feminilidade, convidando o público a refletir sobre suas próprias percepções de gênero.

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Como o movimento drag queen nasceu?

Se você assistiu à série POSE, pode ter entendido um pouco mais sobre a cultura drag e sua importância na comunidade LGBTQIAPN+. O movimento drag queen ganhou força nos clubes noturnos de Nova York, nos EUA, durante os anos 1960, em um período onde a comunidade sofria intensa perseguição e discriminação. 

Os clubes noturnos, também conhecidos como bailes, ofereciam refúgio e um espaço seguro para performances artísticas. Foi nesse contexto que artistas como Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera emergiram como figuras pioneiras do movimento drag queen.

Com o passar dos anos, o movimento drag queen evoluiu para além dos clubes noturnos, influenciando a moda, a música e a cultura pop como um todo. Programas de televisão como “RuPaul 's Drag Race” trazem para o centro da indústria do audiovisual todo esse universo, ampliando sua visibilidade e a representatividade.

Qual a importância do movimento drag queen nos dias atuais?

Além de toda a luta histórica e a participação efetiva contra a marginalização dos corpos LGBTQIAPN+, o movimento drag queen acaba sendo uma forma de expressar a identidade, de forma artística e política, permitindo que muitas pessoas se autodescubram ao criar personagens extravagantes como as drags.

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Por meio de suas performances ousadas e muitas vezes subversivas, a cultura drag desafia estereótipos de beleza e comportamento promovendo uma visão mais ampla e inclusiva do que é a sociedade. 

Ao se montar e trazer cada drag queen para o mundo, cada artista também está inspirando que outras pessoas se sintam acolhidas em suas próprias identidades, além de reafirmar que mesmo que exista um padrão social, ele deve ser questionado.

Quer saber mais sobre o universo drag queen e comunidade LGBTQIAPN+? Confira outros textos da editoria NÓS do Terra.

Fonte: Redação Terra
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