"É desesperador", diz enfermeira sobre situação dos indígenas Yanomamis

O território, que foi demarcado em 1992, voltou a ter presença crescente do garimpo a partir de 2017

30 jan 2023 - 09h59
(atualizado às 12h24)
Criança Yanomami com desnutrição é atendida em hospital de Roraima
Criança Yanomami com desnutrição é atendida em hospital de Roraima
Foto: ALEX PAIVA /ESTADAO / Estadão

A enfermeira Eliane Opoxina, que trabalha há 10 anos com os indígenas da etnia Yanomami, revela situação 'desesperadora' no único posto de saúde que restou ativo no território, em Surucucu,  entre os estados de Roraima e Amazonas. "A gente está vivendo um pesadelo nestes últimos anos", disse a profissional em uma entrevista ao programa Fantástico, no último domingo, 29. 

“É realmente desesperador para nós, profissionais de saúde trabalhar nas condições que a gente vem trabalhando, tentando salvar vidas com o mínimo do mínimo", completou a enfermeira.

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O número de crianças da etnia Yanomami que morreram por desnutrição quase quadruplicou nos últimos quatro anos, em comparação com o período exatamente anterior. Segundo o Ministério da Saúde, foram 152 mortes contra 33, um aumento de 360%. 

Os Yanomamis têm sofrido com destruição em meio ao aumento do garimpo na região. No único posto de atendimento ativo, segundo a reportagem da TV Globo, chegam indígenas atingidos principalmente pela malária, por contaminação por mercúrio e desnutrição. 

O território, que foi demarcado em 1992, voltou a ter presença crescente do garimpo a partir de 2017. Segundo a reportagem, os garimpeiros tomaram a pista da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e usaram o único posto de saúde da região do Homoxi para armazenamento de combustível.

Em 2022, a Polícia Federal fez uma operação na região e destruiu máquinas do garimpo. Em represália, garimpeiros incendiaram o posto de saúde. 

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Fonte: Redação Terra
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