Edilene Lôbo, primeira ministra negra do TSE, participa de primeira sessão: “Esse lugar não é só meu”

Jurista fez discurso emocionante ressaltando sua trajetória e representatividade para mulheres, negros e pessoas com renda baixa

28 set 2023 - 15h47
(atualizado às 15h50)
Primeira ministra negra do Tribunal Superior Eleitoral participa da sua primeira sessão plenária na Corte
Primeira ministra negra do Tribunal Superior Eleitoral participa da sua primeira sessão plenária na Corte
Foto: Tribunal Superior Eleitoral

Edilene Lôbo, a primeira ministra negra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), participou nesta quinta-feira, 28, da primeira sessão plenário na Corte como ministra. A jurista fez um discurso emocionante, que ressaltou sua trajetória e representatividade para mulheres, negros e pessoas com renda baixa. 

“Esse lugar não é só meu, não é só de uma pessoa. Este lugar e esta missão são a um só tempo resultado e ponto de partida de lutas históricas de grupos minorizados para vencer a herança estrutural de desigualdade de oportunidades que precisa ser superada em nossa nação”, disse. 

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A nova ministra do TSE relembrou a infância em Taiobeiras, Minas Gerais, e diz que sua força vem da resistência das minorias. “É de lá que trago o sonho de que podemos mais. O povo pobre, que resiste há séculos e luta pelo resgate de sua história, esperançando, senta-se comigo nessa cadeira”. 

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Edilene foi nomeada como ministra substituta pelo presidente Lula. Ela ocupa o lugar do ministro titular André Ramos Tavares. Na sessão plenária, a ministra foi apresentada à sessão pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes. 

Durante discurso, Edilene destacou a responsabilidade que é ocupar o cargo e ser a primeira mulher negra ministra na história do tribunal. Ela disse ainda que é preciso vencer a desigualdade estrutural que existe na empregabilidade de mulheres negras. 

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"Nós, negras, somos apenas 5% da magistratura nacional, havendo apenas uma senadora autodeclarada negra, portanto menos de 1% do Senado; 30 deputadas, o que corresponde a cerca de 6% da Câmara Federal. Mulheres negras ocupam 3% dos cargos de liderança no mundo corporativo, mas são 65% das empregadas domésticas", detalhou. 

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“Mesmo com as mulheres negras – que são 28% da população brasileira – recebendo aproximadamente 46% do salário de um homem branco, não se deve pôr em dúvida a capacidade de empreender e gerar renda desse grupo minorizado politicamente, mas com potencial para crescer e em luta (...) Sim, há carência, mas somos potência”, completou a ministra. 

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Fonte: Redação Nós
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