O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), entrou com uma representação no Ministério Público do seu Estado contra o ex-deputado federal Jean Wyllys por homofobia, na quarta-feira, 19. A representação tem como base os insultos proferidos por Wyllys ao governador após ele decidir que sua gestão iria manter as escolas cívico-militares.
Ao discordar de Leite, Wyllys disse que o governador seria um “gay com homofobia internalizada”. Nesta quinta-feira, 20, o tucano publicou um vídeo em que anuncia ter entrado com a ação e explica o motivo da decisão.
“Quando Jean Wyllys dispara ataques a uma decisão que eu tomei enquanto governador, que ele pode não concordar, pode ter uma outra visão, mas tentar associar essa decisão à minha orientação sexual e até às minhas preferências sexuais, eu devo também entrar com uma representação contra ele”, disse, ao lembrar que anteriormente havia recorrido ao MP contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Roberto Jefferson também por homofobia.
“Não interessa se é de direita, de esquerda, nem a cor da bandeira que carrega, o que importa é que homofobia, preconceito, discriminação, não podem ser tolerado”, continuou.
Ao Terra, o advogado de Jean Wyllys afirmou que ainda não receberam nenhuma notificação e, por enquanto, não irão se manifestar.
Fim das escolas cívico-militares
A discussão entre os dois começou quando Leite foi de encontro à decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de encerrar o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim). Eduardo Leite, assim como outros governadores, afirmaram que iriam manter as escolas do tipo, com verbas estaduais.
Jean Wyllys, apoiador do governo petista, não gostou do anúncio feito pelo governador gaúcho e escreveu em uma rede social que esperaria decisões similares de “héteros de direita e extrema-direita”, mas não de um gay.
Em seguida, Leite rebateu, considerando a crítica de Wyllys uma “manifestação deprimente e cheia de preconceitos”.