Em áudio, Thiago Brennand ironizou risco de ser preso, diz jornal

"Vão me meter na cadeia, ó meu Deus", disse o empresário em conversa com uma vítima

25 abr 2023 - 12h04
(atualizado às 12h19)
Thiago Brennand, que agrediu modelo em academia, é preso em Abu Dhabi
Thiago Brennand, que agrediu modelo em academia, é preso em Abu Dhabi
Foto: Reprodução/Facebook Thiago Brennand / Estadão

O empresário Thiago Brennandacusado de estupro, agressão, cárcere privado e ameaça e que foi preso nos Emirados Árabes Unidos na última semana, ironizou o risco de ser detido durante conversa com uma mulher que afirma que foi obrigada a ter relações sexuais com ele sem o uso de preservativo.

"Vão me meter na cadeia, ó meu Deus", disse Brennand à mulher. As informações são do jornal O Globo.

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Segundo a publicação, ela foi alvo de um boletim de ocorrência por difamação, registrado pelo empresário em 4 de maio do ano passado. À polícia, ele disse que a mulher era uma prostituta e que teria se aliado a um ex-amigo para divulgar informações falsas sobre ele e, depois, extorqui-lo.

Brennand fez a denúncia após receber áudios em que a mulher conta para uma amiga que foi obrigada a fazer sexo com o empresário sem o uso de preservativo. No depoimento, ele diz que nunca teve relação sexual com ela. 

De acordo com o O Globo, depois de fazer o B.O, Brennand enviou uma foto do documento para a mulher. "Não tenho telhado de vidro, e não tenho medo de grupinho querendo me prejudicar", escreveu. A mulher perguntou qual crime teria cometido, mas o empresário disse que o assunto dela agora era com a polícia.

A mulher então respondeu: "Estou aguardando a intimação. Vou falar tudo sobre o abuso que eu sofri. Tchau". Em seguida, ele escreveu ofensas: "Puta burra, pobre e bandida. Lixo humano. Fale sim, não esqueça nenhum detalhe".

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No dia seguinte, 5 de maio, em conversa por telefone, ele disse à mulher: "O seu relato já nasce morto porque você mesma diz que o sexo foi consentido, que só não consentiu com a camisinha. Você é tão burra…". Em certo momento, ele também confirmou que deu R$ 3 mil à ela, mas explicou que não foi pela relação sexual. "Paguei para você vir aqui como eu pago sempre outras mulheres."

"Não quero teu dinheiro. Mas isso não muda o que aconteceu. Várias vezes eu disse: 'não quero sem camisinha. Não quero'. E você não sabe o que é a palavra 'não'", disse a mulher, que ainda afirmou que se sentiu "presa, em cárcere privado" na casa de Brennand. 

A mulher relatou ao empresário que fez exames e usou uma pomada ginecológica por medo de contrair alguma doença. Ele respondeu: "Tu vai mostrar a tua pomada, nêgo vai dar risada. Teu exame? Nêgo vai dar risada. Tu acha que um homem como eu tem DST, rapaz? Eu me cuido, eu sei por onde eu circulo".

Em outras conversas, Brennand também disse ser vítima de uma "maldade" e minimizou a possibilidade de outras mulheres denunciá-lo: "Eu quero que vão todas. Todas. Sem exceção".

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Após investigações, a denúncia de difamação contra Brennand foi arquivada pela Justiça de São Paulo em 30 de maio. No dia 25, o Ministério Público defendeu pelo arquivamento pontuando que ele apresentou "uma situação totalmente forçada" e "tentou demonstrar eventual extorsão, sem, contudo, lograr êxito".

A prisão de Brennand

O empresário Thiago Brennand está preso em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes. A prisão faz parte do processo de extradição, que foi confirmado no domingo, 16, pela Secretaria Nacional de Justiça, e exigia que Brennand fosse detido por agentes locais, neste caso, da polícia de Abu Dhabi.

Brennand tem 5 mandados de prisão preventiva no Brasil por agredir uma modelo, sequestrar, tatuar à força, estuprar a 2ª mulher, estuprar uma jovem e uma miss. Por estar no exterior, a Polícia Federal teve que buscar o empresário por meio da Diretoria Internacional. A extradição para o Brasil é tratada diretamente pela PF com o Ministério do Interior dos Emirados Árabes Unidos.

O empresário foi detido em um hotel em Abu Dhabi, e alegou que estava sendo injustiçado. Na terça-feira, 18, quatro policiais foram até o país para trazê-lo ao Brasil. Normalmente, dois policiais são enviados para este tipo de caso, mas devido ao histórico violento do criminoso, a PF optou pelo envio de quatro agentes.

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Depois de chegar ao Brasil, ele será levado a um Centro de Detenção Provisória e a Polícia Civil deve assumir as investigações.

Relembre o caso

Brennand já havia sido preso anteriormente nos Emirados Árabes, em outubro do ano passado, mas foi solto após pagar fiança. Assim, ele respondia ao processo de extradição em liberdade.

O empresário estampou os noticiários após agredir a modelo Helena Gomes em uma academia em São Paulo, em agosto de 2022. A cena foi gravada pelas câmeras de segurança do local. Depois disso, ao menos 15 outras mulheres fizeram denúncias contra Brennand.

Em um caso específico, uma vítima moradora do Recife, denuncia ter sido mantida em cárcere privado pelo empresário, além de ter tido as iniciais dele gravadas no corpo. Apenas contra essa mulher, o Ministério Público aponta que Thiago Brennand cometeu o crime de estupro cinco vezes.

Fonte: Redação Terra
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