Ministra da Igualdade Racial confirma assédio sexual por parte de ex-ministro dos Direitos Humanos em depoimento à Polícia Federal.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, confirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) os episódios de assédio sexual por parte do agora ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida.
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Anielle prestou depoimento por cerca de uma hora na sede nacional da PF, em Brasília, nesta quarta-feira, 2. Ela estava acompanhada dos advogados Pierpaolo Bottini e Priscila Pamela. O depoimento começou às 10h05 e terminou por volta de 11h25. Segundo a CNN Brasil, a fala da ministra foi gravada e depois será transcrita.
Em seu depoimento, Anielle detalhou os episódios de assédio por parte de Silvio. O comportamento inadequado do ex-ministro teria começado durante o período de transição entre os governos Jair Bolsonaro (PL) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda em 2022.
Silvio Almeida teria passado a mão entre as pernas de Anielle durante reuniões oficiais. Uma delas teria ocorrido em maio de 2023, conforme informou o Metrópoles.
Em nota, a assessoria do Ministério da Igualdade Racial afirmou que Anielle não pretende falar sobre o teor do depoimento.
Relembre o caso
Em setembro, Silvio Almeida foi alvo de várias denúncias de abuso sexual, divulgadas pela organização Me Too Brasil. Entre as vítimas, está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que teria relatado o caso a integrantes do governo em junho deste ano.
Na ocasião, por meio de nota oficial, Silvio Almeida negou as acusações e afirmou que as denúncias não são baseadas em provas. “Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. [...] Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro. [...] Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas. Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso [...]”, escreveu.