Emicida se pronuncia após seu livro ter sido alvo de intolerância religiosa

O cantor falou sobre o assunto em suas redes sociais: "minha reação é de tristeza"

8 mar 2023 - 11h47
(atualizado às 11h48)
Emicida se pronunciou pela primeira vez, após seu livro ser vandalizado
Emicida se pronunciou pela primeira vez, após seu livro ser vandalizado
Foto: Reprodução: Facebook

O rapper Emicida, autor do livro infantil "Amoras", usou as redes sociais na última terça-feira, 7, para fazer um desabafo após tomar conhecimento que sua obra foi vandalizada por uma mãe de um estudante em Salvador. 

O caso ganhou repercussão após o portal g1 divulgar imagens do livro rabiscado, contendo frases e indicações de salmos bíblicos feitos por uma mãe. Nas mensagens escritas, ela chegou a afirmar que as informações sobre os orixás presentes na obra são falsas.

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Através de um vídeo, o cantor contou que foi pego de surpresa e ficou sabendo do caso após receber inúmeras mensagens. Ele ainda afirmou que não é a primeira vez que episódios como esses acontecem.

“Hoje, a minha reação a isso é de tristeza, mas não uma tristeza de derrota. (...) A tristeza que sinto é por essas pessoas que querem que a sua religião, no caso o cristão, protestante, conhecidos como evangélicos, seja respeitada, e deve ser respeitada, mas não se predispõem nem por um segundo a respeitar outras formas de viver, de existir e de manifestar sua fé", disse o artista. 

Entenda o caso

O espisódio aconteceu em uma escola particular de Salvador.  A mãe de um estudante, ao folhear o livro que integra uma lista de obras solicitadas pela escola, se revoltou com citações às religiões de matriz africana e as rebateu, escrevendo trechos bíblicos para criticar os orixás.

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Nas páginas iniciais do livro, a mãe escreveu "antes de começar essa leitura, leiam ou peça para lerem o Salmo 115;4-8".

Em outra página, ela chegou a escrever que os orixás não são deuses. “Orixás não são deuses! Eles são ídolos africanos cuja sua personalização é assumida por entidades, consideradas pelo cristianismo como anjos caídos".

A mulher também escreveu críticas ao autor da obra. Ela afirmou que o nome Emicida era a junção de "MC com homicida" e pediu que as pessoas lessem a bio do autor. 

Fonte: Redação Nós
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