Pela segunda vez, em parceria com a agência de publicidade AlmapBBDO e a plataforma de pesquisas On the Go, a Nhaí, diversitech de inovação e projetos de diversidade, lança estudo inédito sobre o cenário do empreendedorismo LGBTQIAP+ no Brasil. Os dados da pesquisa foram debatidos no último dia 11 de julho, no Contaí Summit, evento que reuniu mais de 500 pessoas entre lideranças e empreendedores LGBTQIAP+, no Hotel Unique, em São Paulo - evento que leitores do Terra conferem na íntegra a partir da próxima sexta-feira, dia 15.
Entre os achados da pesquisa, a formalidade e o financiamento de novos negócios seguem como desafios para a comunidade: 46% dos empreendedores trabalham sem CNPJ, e 92% não obtiveram nenhum tipo de apoio de instituições, sejam públicas ou privadas, como Sebrae, Ongs ou bancos. 35% obtiveram ajuda financeira de amigos e parentes.
“A maior parte acredita que o maior problema são as burocracias e barreiras estruturais para ser um empreendedor, o que já é difícil no Brasil”, diz Raquel Virgínia, empreendedora negra e trans, fundadora e CEO da Nhaí “E esse público ainda carrega consigo a enorme dificuldade do preconceito”, completa.
A boa notícia é que ser parte da comunidade LGBTQIAP+ se tornou um impulso para os empreendedores, 39% afirmam que isso se transformou em oportunidade, uma chance de provar o seu valor, assumir sua identidade e quebrar estereótipos.
Inspiração, aprendizado e escolhas
35% decidiram abrir seus negócios por causa de marcas engajadas. 56% se inspiram em pessoas, produtos e serviços que chamam sua atenção. 26% se inspiram em outros empreendedores e influenciadores.
Os empreendedores LGBTQIAP+ escolhem seus ramos de atuação principalmente pelo que mais gostam de fazer. Foi o caso de 32%. Apenas 10% escolhem a área por perceberem carência do mercado e 21% pesquisam nas redes nichos de sucesso. Para se prepararem e estarem cada vez mais aptos a empreender, o estudo é fundamental - declaram 62% das pessoas entrevistadas.
Pink Money
A “força rosa” como geradora de negócios, chamada de Pink Money, ou seja, poder de compra da comunidade, é um conceito pouco propagado, mas que pode ser uma mola propulsora para os empreendedores LGBTQIAP+. Apenas 47% conhecem o que é o Pink Money e fazem uso correto dessa estratégia, que pode ser bastante poderosa.
Independente da estratégia ou do nicho em que estão atuando, 88% dos empreendedores LGBTQIAP+ acreditam que o negócio já deu certo. “Vemos a ampliação de nichos mais aderentes ao público LGBTQIAP+, vemos marcas se engajando a longo prazo, e principalmente, vemos uma comunidade na qual a ordem é seguir em frente e nunca desistir! É para esse público que estamos atuando com toda uma rede de apoio educacional, networking e tecnologia”, completa Raquel.