Enedina Alves, primeira engenheira negra do Brasil, ganha escultura em Curitiba

Honraria foi inaugurada no centro de Curitiba, cidade de nascimento da homenageada O post Enedina Alves, primeira engenheira negra do Brasil, ganha escultura em Curitiba apareceu primeiro em AlmaPreta.

17 jan 2024 - 13h18
A imagem mostra a estátua de Enedina Alves ao lado de sua sobrinha, uma senhora negra. A foto foi tirada no dia da inauguração da escultura.
A imagem mostra a estátua de Enedina Alves ao lado de sua sobrinha, uma senhora negra. A foto foi tirada no dia da inauguração da escultura.
Foto: Alma Preta

Na segunda-feira (15), foi inaugurado um novo monumento no centro de Curitiba (PR) em homenagem a Enedina Alves Marques, a primeira mulher negra a se graduar em Engenharia no Brasil (1913-1981).

A escultura, instalada no calçadão da Rua XV de Novembro, em frente ao histórico edifício Moreira Garcez, retrata Enedina sentada com um livro, símbolo de sua contribuição para a educação. A obra, desenvolvida ao longo de seis meses no Ateliê de Escultura do Memorial Paranista, é resultado da parceria entre a Prefeitura de Curitiba, o centro universitário Uninter e a agência OpusMúltipla.

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A cerimônia de entrega foi marcada por uma celebração que reuniu representantes da população negra da capital paranaense, além de familiares de Enedina Alves Marques, incluindo sua sobrinha Lizete Marques e os sobrinhos-bisnetos Daniel Marques Filho e Alessandra Marques. O monumento destaca o legado e a importância da pioneira na história da educação brasileira.

Quem foi Enedina Alves?

Filha de Paulo Marques e Virgília Alves Marques, Enedina nasceu em 1913, em Curitiba, no Paraná, e foi criada na casa da família do delegado e major Domingos Nascimento Sobrinho, na qual sua mãe trabalhava como doméstica.

Enedina foi matriculada nas mesmas escolas da filha de Domingo, para que ambas pudessem fazer companhia uma à outra. Alfabetizada entre 1925 e 1926, Enedina formou-se no curso "Normal" em 1931 e iniciou sua carreira como professora, lecionando em cidades no interior do Paraná.

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Em 1940, iniciou sua graduação em Engenharia na Faculdade de Engenharia da Universidade Federal do Paraná. Antes de conquistar sua formação, em 1945, aos 32 anos, a estudante negra sofreu preconceito e perseguições durante a sua trajetória universitária. Alguns professores insistiam em reprová-la para que não conseguisse concluir o curso.

Enquanto engenheira, Enedina teve muitos feitos. Em 1946, ingressou como auxiliar de engenharia na Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas do Paraná e em seguida foi realocada para trabalhar no Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica.

Durante esse tempo, participou da construção da Usina Capivari-Cachoeira, um de seus maiores feitos, e colaborou com o Plano Hidrelétrico do estado. Também foi uma das responsáveis pela construção do Colégio Estadual do Paraná e da Casa do Estudante Universitário de Curitiba.

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